26 dezembro 2007

Boxing Day

Esse vai ser um post bem rapidinho só para não passar em branco.

Fizemos um bate-volta até Pittsburgh para passar o dia 25 e um pouquinho do dia 26 com as irmãs do Pedro e comentei com elas que hoje era o Boxing Day aqui.

Inocentemente, também achei que seria um dia de loucura nos EUA mas elas me falaram que o "boxing day" deles é no dia seguinte ao Thanks Giving.

De qualquer forma, mesmo que eu estivesse aqui em Toronto não ia me aventurar nas lojas. Multidão se acotovelando e arrancando os cabelos pelo último produto na prateleira não é minha praia.
OK, nunca fui a um boxing day mas isso é justamente por causa dos milhares de comentários que ouvi dizendo sempre a mesma coisa: loucura total (acho que já passei da idade, hehehehe).

24 dezembro 2007

Boas Festas!

Desejamos a todos que acompanham nossa "saga" pela terrinha do congelador um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de alegria e prosperidade.

Jeanne e Pedro


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22 dezembro 2007

Foto do dia

Há algum tempo eu havia passado por esta placa na estação Finch e achei muito bem humorada (e sarcástica).
Hoje passei por lá novamente e não resisti à tentação de fotografar:

Recentemente as tarifas do TTC subiram e causaram indignação em muita gente. Os rumores são de que a cidade está sem dinheiro, no entanto estão sendo implementadas uma série de "melhorias" no transporte público como já comentei neste post.

19 dezembro 2007

Quase 6 meses

Em fevereiro fará 6 meses que chegamos a Toronto; parece pouco tempo mas para mim parecem 6 anos.

Sempre me lembro daquela confusão de sentimentos dentro do avião, durante o pouso e finalmente quando cheguei ao hotel e pude tomar um bom e merecido banho. Aí a ficha caiu.

Durante o vôo eu pensava em todas as oportunidades que estavam por vir, o recomeçar... e na carinha dos meus pais enquanto eu ia para a fila de embarque. Até hoje me emociono quando lembro disso.

Enchi a banheira e chorei, chorei muito, mas não era de arrependimento, era de medo. Eu ficava repetindo mentalmente: "PQP, o que foi que eu fiz?", e não sabia se eu fôra louca ou corajosa demais para deixar tudo para trás. Tudo o que eu queria era o colo da minha mãe, alguém que tomasse conta de mim porque eu me sentia completamente abandonada num mundo desconhecido, e tenho a impressão de que o Pedro também se sentiu assim porque de vez em quando eu via os olhinhos dele brilharem como se quisessem chorar.

Sempre tive receio das coisas definitivas, irreversíveis e imigrar para mim era (e ainda é) irreversível.
Mesmo com uma baita saudade da família e dos amigos tenho (na verdade temos) certeza de que esta foi uma decisão mais do que certa.

Algumas horas depois a fome bateu e resolvemos sair para procurar um local para comer. Também me lembro do que senti naquela hora, todo o meu medo se dissipara e eu olhava admirada e incrédula para a cidade que me acolheria. Naquela hora eu pensava: "Por que perdi tanto tempo dentro do hotel morrendo de medo de colocar a cabeça para fora?".

Fiquei apaixonada por Toronto no momento em que pisei na calçada pela primeira vez. Nosso hotel ficava em uma rua calma e arborizada, bem perto da Yonge Street.

No dia seguinte, uma segunda-feira, começaríamos o primeiro dia do resto de nossas vidas. Sim, foi isso que pensei ao imigrar: recomeçar.
Quantas pessoas gostariam de ter uma segunda oportunidade na vida? Nós tivemos, e todos vocês que também imigraram sabem que esse recomeçar não é tão fácil quanto parece.

A Dani vivia me falando sobre como eu ia sentir falta da minha família e eu não dava muita importância porque já morava longe da família mesmo, pra mim não era novidade. Mas como eu estava enganada! Nunca senti tanta falta dos meus pais como sinto agora. Às vezes tenho vontade de dar um pulinho ali no Brasil e voltar rapidinho, como quem vai na casa do vizinho pegar emprestada uma xícara de açúcar.

Não temos vontade de voltar, não definitivamente, mas tem hora que a saudade dói e por mais que você tenha conhecidos por aqui eles ainda não são seus amigos e a solidão também faz parte do pacote de imigração. Todo mundo fala das coisas boas, mas poucos têm coragem para admitir a saudade, a solidão, o medo, as dificuldades. Acho que a Lu fez um ótimo post sobre o "outro lado da moeda".

Hoje ainda temos sorte de ter a tecnologia a nosso favor que nos possibilita ficar um pouquinho mais "perto" daqueles que amamos através do MSN, Skype e por aí vai. O Pedro e eu temos bisavós ou tataravós italianos e eu não posso deixar de pensar na coragem que eles tiveram para cruzar um oceano enorme e recomeçar tudo numa terra completamente estranha. Dizem que a vida é um ciclo, acho que o nosso acaba de ser completado ao seguirmos os mesmos passos de nossos antepassados.

17 dezembro 2007

Tempestade de neve

Olha o tamanho da "criança" brincando de atolar na montanha de neve!

Sim meus caros, desta vez nevou de verdade. Ouvi dizer que foi a pior tempestade de neve dos últimos 10 anos, outros já dizem que é a pior dos últimos 60 anos mas isso para mim não interessa. Tempestade é quando as escolas suspendem as aulas, ninguém vai trabalhar e tudo vira um caos! Updating: e virou mesmo; vôos foram cancelados e escolas no sul do Canadá fecharam nesta segunda-feira. Em Toronto a polícia contabilizou 446 colisões só no domingo além de um acidente gigante envolvendo 25 carros (o Metronews.ca diz que foram 55) na Highway 400.

Já havíamos feito planos para patinar no sábado e lá fomos nós comprar patins para gelo. Chegamos super contentes em casa e aí resolvi dar uma espiadinha pela janela e ver como estava a pista lá na Mel Lastman Square...completamente coberta! Não se sabia onde começava e onde terminava:

Antes

Agora

Agora à noite olhei pela janela e vi um "tratorzinho" retirando a neve. Espero que ele também esteja dando um jeito na pista para pordermos estreiar nossos patins amanhã à noite. Conseguimos ir hoje mesmo.

15 dezembro 2007

País perde cada vez mais "cérebros" para o exterior

Atraídos pela escassez de mão-de-obra qualificada, brasileiros com alto nível de instrução estão, cada vez mais, migrando para Europa e América do Norte. O fenômeno, chamado de fuga de cérebros, fica claro na análise de dois dados:

1) De 1996 a 2006, o número de brasileiros que receberam visto dos Estados Unidos dado somente a profissionais de alta qualificação aumentou 185%. 2) De 1990 a 2000, quase dobrou -de 1,7% para 3,3%-- a proporção de brasileiros com nível superior vivendo nos 30 países da OCDE, que reúne, na maioria, nações ricas de Europa, Ásia e América do Norte.

O Brasil não é o único afetado pela tendência. É a Índia o país com maior número de vistos dos EUA para trabalhadores qualificados, mas são nações de pequeno porte --como Guiana, Jamaica ou Haiti- que têm proporção de população com nível superior vivendo em outros países superior a 80%.

Mesmo assim, o aumento da fuga de cérebros do Brasil preocupa e muda o perfil do emigrante. Franklin Goza, professor da Universidade Estadual de Bowling Green (Ohio) que estuda a imigração brasileira para os EUA, afirma que ela está em transição.

"Nos anos 80, a vasta maioria de brasileiros que vinha para cá entrava ilegalmente, tinha baixa qualificação ou eram profissionais que chegavam como turistas, mas acabavam estendendo a estadia e trabalhando sem permissão em empregos não condizentes com sua formação, como professores lavando prato em restaurantes."

Hoje, no entanto, ele define a migração brasileira para lá como bi-modal. O fluxo de ilegais ainda é grande --no ano passado, os brasileiros perderam apenas para os mexicanos entre os que foram apreendidos na fronteira-, mas cresceu significativamente o número de profissionais em situação legal.

No Brasil, os efeitos também já são identificáveis. Para o demógrafo Eduardo Rios-Neto, presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento, o principal problema é a escassez de recursos humanos de alta qualidade no Brasil e no mundo.

"O Brasil fornece talentos para esse mercado global. O ponto é saber se é benéfico ou deletério. Se o trabalhador tiver estudado numa universidade pública, é deletério, pois foi o Estado que subsidiou sua educação. Mas, se a tendência é inexorável, há que se desenhar arranjos institucionais, como retornos periódicos e transferências de tecnologia, para minimizar as perdas."

O demógrafo, no entanto, enxerga oportunidades: "Há risco de longo prazo de que a classe média seja insuficiente para prover toda a demanda por qualificação do país. Com isso, pela primeira vez a elite empresarial terá de investir na educação popular como prioridade e devido a interesse econômico, e não por altruísmo."

ANTÔNIO GOIS da Folha de S.Paulo, no Rio

DENYSE GODOY da Folha de S.Paulo, em Nova York

13 dezembro 2007

Pensando em trabalhar no Canadá?

Então dá uma olhada nestes sites; eles trazem informações importantes sobre o mercado de trabalho na sua área tais como: salário, empregabilidade, requisitos necessários, documentos (como o SIN por exemplo), entre outras coisas:

Working in Canada

JobFuture.ca

No Monster.ca você pode até simular entrevistas, é só clicar em Interview Centre.

11 dezembro 2007

Ligando a Cobrar para o Brasil

Fazer uma ligação na terrinha é fácil, seja ela interurbano, internacional, local ou a cobrar; mas e para ligar a cobrar daqui para lá?

Pois é, hoje levei um bom tempo para descobrir isso porque nem os canadenses para quem eu perguntei sabem fazer uma ligação internacional a cobrar.

A Embratel tem um serviço chamado Brasil Direto e através dele você pode escolher ligar com cartão, diretamente para o número discado ou através da telefonista. Aqui você encontra uma tabela com os números que deve discar se quiser ligar para o Brasil estando no exterior. No caso do Canadá basta discar 1 800 4636 656 e escolher o idioma de atendimento (Inglês ou Português). Daí em diante é só continuar ouvindo a gravação e seguir as instruções:

Para ligar direto para um número de telefone você disca 1 800 4636 656 + código do país (55 no caso do Brasil) + código de área + número do telefone.

Para falar com a telefonista você disca 1 800 4636 656 e informa o número que deseja chamar. Ela (ou ele) vai te perguntar se você quer falar com uma determinada pessoa ou pode ser a primeira que atender a ligação. No caso de você querer falar com "Fulano" a ligação só será cobrada no momento em que ele estiver ao telefone.

Hoje liguei para 2 empresas de cartão de crédito no Brasil para cancelar alguns serviços e aí vai a dica: ligue através da telefonista porque se você ligar direto para o número do telefone eles vão desligar na sua cara!

Depois disso tenha paciência, muuuuita paciência. Para cancelar um cartão eu demorei 20 minutos e falei com 8 pessoas. Pior para a empresa que está pagando a conta!

Se você tiver um cartão de crédito brasileiro internacional com um limite razoável mantenha-o até construir seu histórico de crédito por aqui e ter seu limite aumentado porque o limite que o banco te dá é geralmente insuficiente para as suas necessidades, principalmente no início, quando você gasta muito. Nós compramos o sofá no cartão de crédito brasileiro porque o limite do cartão canadense não permitiria.

08 dezembro 2007

A cachorrada vai ao veterinário

Hoje foi dia de levar o Willy ao veterinário para tomar as vacinas anuais. Aqui, além das vacinas eles fazem um check-up com exame de sangue e de fezes, que apesar da Lu ter me falado para levar uma amostra eu acabei esquecendo.

Como sempre acontecia no Brasil aos sábados, a consulta do Willy atrasou 1 hora por causa de "emergências" que apareceram. Sempre me pergunto por que os cachorros resolvem ficar gravemente feridos ou doentes nos sábados de manhã...

Apesar disso ele foi muito bem atendido e está com a saúde perfeita, embora um pouquinho acima do peso.

As vacinas que ele tomou foram:

Distemper
Adenovirus Type 2
Parvovirus
Parainfluenza
Leptospirosis
Rabies

Se fosse um gato ele tomaria:

Feline Rhinotracheitis
Calicivirus
Panleukopenia
Feline Leukemia
Rabies

A veterinária me disse que ele havia tomado todas estas no Brasil, como eu não entendo nada disso até fiquei surpresa.

Depois da consulta ele tomou seu primeiro banho/tosa com um profissional desde que estamos aqui. Pra falar a verdade eu não gostei, achei que ele ficou bem feinho (vejam como ficou nas fotos abaixo).

Como sei que vou receber vários e-mails perguntando sobre preço então já vou colocar tudo aqui. Preparem-se para gastar muito!

O banho e a tosa saíram por $43 + impostos (14%) que deve dar uns $49. Isso mais a consulta e vacinas saiu no total $233,62. Uma bela facada. Ainda bem que ainda não está na hora das vacinas da Ísis.

Antes


Depois



06 dezembro 2007

Dress Your Best

Estive pensando nas diversas maneiras que o Governo ajuda os newcomers e acho que me esqueci de comentar sobre uma delas.
Já falei bastante sobre as instituições que fazem workshops sobre cultura canadense, como elaborar um currículo, uma cover letter, como responder determinadas perguntas em entrevistas: JVS, Job Start, Skills for Change, COSTI, Abrigo Centre e por aí vai.

Também falei das maneiras de se obter experiência de trabalho canadense, seja através de voluntariado, Co-op, NOW ou através das Practice Firms.

Sei que existe ajuda financeira mas não sei como funciona exatamente. Me disseram que o COSTI e o Centro Brasil-Angola dão orientação a esse respeito, mas não é sobre isso que quero falar hoje.

Quem frequenta alguns dos programas públicos de recolocação profissional (Job Start e Co-op por exemplo) tem direito no final do curso a receber roupas para se apresentar em entrevistas. Isto ocorre porque muitos imigrantes chegam com pouco dinheiro ou simplesmente já não têm nenhum sobrando.

O orientador do curso fornece uma carta que você deverá levar ao Dress Your Best. Lá, mediante o pagamento de $25, você terá assessoria de voluntários que te ajudarão a escolher roupas para entrevistas ou até mesmo para o seu dia-a-dia.

O Dress Your Best é uma instituição sem fins lucrativos que sobrevive de doações de roupas, calçados e acessórios em bom estado, portanto, se você tiver alguma coisa usada mas com cara de nova já sabe para onde doar.

Não existe um limite máximo de roupas que você pode levar, mas parece que existe um limite mínimo que é de 2 jogos completos, ou seja, no caso dos homens seriam 2 ternos, 2 camisas e um sapato por exemplo. A filosofia é a de que você pode levar "tudo" o que te servir, levando em consideração o bom senso, é claro.

A instituição não ajuda somente newcomers, mas também residentes locais que se encontram em situação de pobreza, desde que sejam indicados por alguma outra ONG, abrigo ou grupo de assistência social.

03 dezembro 2007

I hate telemarketing

Lendo o último post da Monique sobre sobre telemarketing e junk mail resolvi escrever este aqui para verificar se sou a única vítima do que está me occorrendo.

Desde que comprei meu celular há 4meses recebo religiosamente, faça chuva ou faça sol, uma ligação/gravação cujo prefixo é 816 e diz: "This is a very important message for..." e aí a gravação diz 1 milhão de nomes, menos o meu. E acrescenta que não se trata de vendas e que eu só recebi a ligação porque solicitei me inscrevendo em algum lugar!!!
Se eu não atender a mensagem fica gravada no meu voice mail, ou seja, os caras são insistentes!

No final ela pede para retornar a ligação e foi o que fiz quando já estava cheia disso. Depois de quase 10 minutos ouvindo musiquinha resolvi desligar porque afinal eu estava pagando a ligação para ninguém me atender!

Tenho 2 teorias: uma é a de que essa é uma gravação disparada para um número "x" de celulares, se calhar do seu nome ser o da gravação BINGO! A segunda é a de que Toronto inteira resolveu usar meu número de telefone e se cadastrar nesse maldito serviço. Acho que a primeira é mais viável, né?

E vocês? Alguém já teve o "prazer" de receber uma ligação dessa?

02 dezembro 2007

Isso sim é que é neve

Finalmente caiu uma neve decente e desta vez pudemos ver o que realmente é andar com neve nos joelhos e andar de carro sobre as lâminas de gelo.

A varanda do nosso apartamento amanheceu com uns 2 centímetros de neve e a cidade ficou linda! Pena que amanhã a beleza acabará e teremos "lama gelada" pela cidade inteira.

Os cachorros não gostaram a princípio mas acho que depois de uns 10 minutos já se acostumaram. O Willy parecia um canguru porque havia lugares em que ele ficou coberto quase que completamente, então tinha que dar uns pulos altos para conseguir andar. Uma comédia!

Eu adorei tudo mas quando me lembrei que amanhã de manhã terei que acordar mais cedo que o usual para levá-los para passear já mudei um pouco de idéia afinal, ao chegar em casa minha calça estava molhada e os cachorros idem. Este é o custo de toda beleza que vocês poderão ver nas fotos.

30 novembro 2007

Ventania

Nunca vi ventar tanto como nessa cidade!

Ontem tentei levar os cachorros para passear lá pelas 5 da tarde mas nenhum de nós resistiu ao fortíssimo vento que quase carregou o coitado do Willy.

Já hoje, ao tentar sair do Sheppard Centre quase não consegui abrir a porta, era eu de um lado e o vento de outro.

Com toda essa ventania a sensação térmica é de -10° apesar dos termômetros marcarem -1°.

Na hora do almoço nevou bastante mas infelizmente não foi o suficiente para deixar a cidade branquinha.
Essa é a imagem que eu tinha da janela onde estava:

E só pra dizer que não estou mentindo:


28 novembro 2007

Blackout

Logo que chegamos aqui, uma das coisas mais difíceis de aprender foi atravessar a rua: simplesmente passar da calçada para o asfalto naturalmente, sem parar para ver se vinha algum carro. Ou principalmente quando vinha um carro, pois eles sempre param para deixar o pedestre atravessar. Demorou um tempo para perdermos o reflexo condicionado de paulistano de encarar qualquer carro como um potencial assassino.
Pode ser que os motoristas tenham mais respeito e bom senso, ou pode ser que tenham medo dos processos por atropelamento. De fato, vemos muitas propagandas (amricanas, é verdade) de advogados especializados nesse tipo de acidente ("Hurt in a car? Call William Mattar!"). Por outro lado, com muitos anos de experiência como pedestre convicto, não descarto a possibilidade de que os motoristas de São Paulo tenham menos respeito porque, no Brasil, quem tem carro é necessariamente "melhor" que quem não tem, no melhor espírito oligárquico.

Hoje pude presenciar mais um fato "impressionante" em Toronto. Estava trabalhando normalmente (como todos devem se lembrar, trabalho em downtown, no Old Distillery District). Como estava implementanto uma nova funcionalidade em uma parte do programa que eu não conhecia, passei quase todo o dia estudando e fazendo testes e, quando finalmente entendi o que precisava ser feito e comecei a alterar todos os arquivos envolvidos, a energia acabou! É claro que eu ainda não tinha salvado nada... De qualquer forma, lá pelas cinco da tarde as luzes ainda não tinham voltado e fomos dispensados. Até então eu ainda pensava que fosse um problema no meu escritório, ou no prédio, quando vi que o elevador também não funcionava. Só quando cheguei no primeiro cruzamento é que percebi que os semáforos também não estavam funcionando. De fato, tratava-se de algo muito maior.
Mas foi só ao chegar no terceiro cruzamento a caminho do meu ponto do streetcar é que percebi que estava faltando alguma coisa. Era o começo do pico de trânsito, em pleno centro da cidade e ninguém estava buzinando. Ninguém mesmo! Fui até o centro, pois pego o subway na esquina da King & Yonge, onde ficam os enormes edifícios de bancos, e em todo o trajeto não ouvi nenhuma buzina. E o trânsito fluía quase normalmente. É claro que, sem os semáforos, estava mais congestionado. Entretanto, de alguma forma os motoristas sabiam quando passar e quando ceder a vez, sem muita complicação. Tentei me lembrar das inúmeras vezes em que a primeira chuvarada deixava todos os semáforos da Ibirapuera piscando no amarelo e da confusão ensurdecedora que se seguia, mas essa não é uma recordação que eu guardo com muito carinho.

Não acho que os canadenses, em particular os torontonians, sejam pessoas exemplares, e tenho visto muito individualismo e bairrismo por aqui. Porém também tenho visto que isso não impede que as pessoas sejam respeitosas. Ainda é cedo para tirar conclusões, para definir quais as regras e quais as exceções, mas, por enquanto, estou gostando do que estou vendo.

27 novembro 2007

Ah, a tecnologia...

Quando adotei a Ísis com aproximadamente 30 dias de vida eu morava em um apartamento alugado e com carpete. Não que eu goste de carpete, de jeito nenhum! Nada como um bom piso laminado para nos livrar das alergias e sujeira, mas às vezes, por motivos diversos você acaba não tendo essa opção.
O quartinho de empregada tinha o tamanho perfeito e ainda possuía um banheirinho que eu sonhava que seria usado por ela. Ledo engano! O carpete do quartinho se transformou em banheiro e todo dia lá estava eu passando tudo quanto é tipo de produto para tentar limpar e tirar o cheiro de xixi. Ela era (ainda é) teimosa e custou a se conformar que o local de fazer as necessidades não é no carpete.

Menos de 1 ano depois lá estava eu contratando um pedreiro para trocar o carpete por piso de cerâmica. Minha vida ficou mais fácil, mas eu ainda tinha problema com xixi na sala.

Na época o Vaporeto estava na moda e era um produto revolucionário, porém tinha um grande defeito: você não podia colocar nenhum produto de limpeza junto com água.

O contrato de aluguel terminou e eu finalmente consegui me mudar para um apartamento com piso de madeira e parte dos meus problemas se resolveram.

Vim para Toronto e a maioria dos apartamentos aqui tem carpete e eis que me vi novamente na necessidade daquele milagroso produto que ninguém tinha inventado ainda.

Finalmente nesta semana todos os meus problemas acabaram! Alguém além de mim pensou na mesma coisa e projetou o Dirt Devil Purpose for Pets!

O produto não só limpa o carpete com um sabão específico eliminando manchas e cheiros como também possui um dispositivo de luz negra que mostra as manchas escondidas. Eu não poderia desejar mais nada, ele é simplesmente perfeito e será meu amigo inseparável enquanto eu morar em lugares acarpetados.

Esta é a foto do meu novo amigo. Eu amo a tecnologia!

22 novembro 2007

Você tem sotaque?

Vi isso lá no blog da Alexandra e resolvi fazer o teste. Das duas uma: ou eu falo muito errado ou ainda não adquiri nenhum sotaque!

Nevou!

Finalmente a tão esperada neve chegou e esta é uma ocasião especial para mim e para o Pedro porque já conhecíamos neve mas essa é a primeira vez que vemos nevar!

O Willy e a Ísis é que não gostaram muito. De manhã eles não quiseram nem saber de sair de casa quando viram o chão todo branco.

Esta foto foi tirada assim que chegamos aqui em julho:


Veja como está agora:


19 novembro 2007

Voluntariado

Através do blog do Gean ficamos sabendo do I Brazilian Film Festival of Toronto e resolvemos nos candidatar a voluntários no evento.

Fomos escalados para o último dia do Festival que foi ontem lá na Bloor Street.

Saímos de casa tranquilamente quando notamos que havia alguma coisa estranha no subway, pessoas com chifrinhos de rena, chapéu de Papai Noel...oh, era dia de Santa Claus Parade e ia começar justamente no horário em que teríamos que estar no cinema.

Descemos na Bathurst e resolvemos encarar a multidão, afinal o Festival precisava de nós! Empurra daqui, cotovelada dali e não saímos do lugar. Resolvemos então voltar, mas como??? A multidão não andava pra lado nenhum!

Meia hora depois, já suados de tanto contato com "calor humano" conseguimos percorrer os 2 metros que precisávamos para nos livrar dos "espectadores".

Que solução a não ser dar a volta no quarteirão e tentar a sorte? Foi a nossa salvação porque lá o pessoal tinha feito uma filinha para ir e outra para voltar então não tinha tanto empurra-empurra.

Já no 506 da Bloor fomos tomar nossos postos de voluntários. O Pedro e eu nos revezamos recolhendo as entradas e distribuindo pesquisa. Quando a coisa ficava mais sossegada dávamos uma espiadinha nos filmes.

O que eu consegui ver foi o "Minhocão", que como o próprio nome diz, é um documentário sobre o Elevado Costa e Silva em São Paulo.

Sinceramente fiquei sem saber qual era a desse documentário porque havia vários depoimentos desencontrados de pessoas que moram em frente ao Minhocão. Também mostraram um senhor nordestino que morou na rua por um tempo até conseguir comprar um cantinho lá por perto.
Tudo muito feio, muito pobre e sem sentido. Vazio de crítica social ou de qualquer coisa que fosse. Sem objetivo, totalmente descritivo.

Fiquei chateada porque temos coisas tão bonitas no Brasil mas os cineastas teimam em mostrar somente a pobreza, a miséria e de uma forma descontextualizada. A impressão que dá é que só existe isso por lá.

Um exemplo da falta de criativiade do filme foi o depoimento de um senhor que tinha uma loja em um dos prédios comerciais perto do Minhocão. Ele começou trabalhando lá como funcionário até que conseguiu juntar dinheiro e comprar o estabelecimento. Estabelecimento de quê? Como ele conseguiu juntar esse dinheiro? Que tipo de freguesia ele tem? A loja dele é um ponto tradicional ou de referência para os moradores da região? Não, sei! O que sabemos é que de funcionário ele passou a patrão, e só!

Mas tem a parte boa que foram as tomadas aéreas da cidade. Eu adoro São Paulo e enquanto via aquelas imagens ia dando um aperto no coração. Acho que foi a primeira vez que senti tanta saudade.

Tenho certeza de que se o filme tivesse sido dirigido pelo Antônio Abujamra em parceria com o Gregório Bacic eles conseguiriam fazer algo impressionante. Basta ver os "malucos" que o Bacic descobre no Centro de SP; só eles já dariam pano pra muita manga!

Mas opinião é algo muito particular e essa é a minha. Ainda bem que tem gente que discorda e com isso fazemos o mundo girar. Os canadenses amaram o filme! Um inclusive, veio lamentar que achava uma pena ter tão poucas pessoas na platéia porque os filmes são excelentes. Pois é, talvez para o pessoal que está fora da realidade isso seja algo diferente. Pra mim não, eu via isso todo dia.

13 novembro 2007

Mudanças no TTC

Segundo o Metronews o TTC passará por uma boa reforma tecnológica que inclui um novo sistema que mostrará aos passageiros na plataforma de embarque quanto eles vão esperar pelo próximo trem. O website também está sendo reformulado e em breve será possível comprar o metropass pela internet (pelo jeito já sabemos para onde vai o dinheiro resultante do aumento das tarifas neste mês).

Gostei da idéia de comprar o metropass online mas não sei até onde é útil você saber quanto tempo vai esperar pelo próximo trem sendo que existe uma placa nas plataformas com todos os horários de segunda a domingo.

Já nos ônibus e streetcars está sendo estudada a instalação de "cabines transparentes" como aquelas que existem em alguns táxis no Brasil para proteger o motorista. A idéia é essa mesma, já que diariamente muitos motoristas relatam casos de agressões verbais e até físicas que ocorrem principalmente quando há atraso nas linhas ou alguma discussão por causa do preço da passagem.

As opiniões ainda estão divididas: há aqueles que apóiam, aqueles que acham que isso vai tirar a melhor parte do trabalho do motorista que é interagir com o público e aqueles que acham que seria melhor pensar numa solução mais criativa para evitar o atrito entre motoristas e passageiros.

Um hipótese levantada foi a possibilidade de se instalar mais câmeras e diminuir a lotação dos carros aumentando a frota. Agora sim eles estão falando a minha língua!

11 novembro 2007

Remembrance Day

Há algumas semanas muita gente tem usado por aqui esta florzinha na lapela; ela se chama "poppy" e é um símbolo para lembrar os soldados e civis que morreram defendendo seu país em alguma guerra, bem como os veteranos que lutaram nessas guerras e ainda têm histórias para contar. Por isso esse dia às vezes é chamado aqui de "Veterans Day".

O dia de hoje também é conhecido como Poppy Day ou Armistice Day porque justamente no dia 11 do mês 11 às 11 horas do ano de 1918 o Armistício, que significou a rendição da Alemanha, foi assinado, pondo fim à I Guerra Mundial. Anos depois este ato traria consequências. No ano seguinte, o rei da Inglaterra, George V, propôs a criação desse dia especial para lembrar para sempre os sacrifícios da guerra. Vários países de língua inglesa, como também outros aliados, como os franceses, passaram a celebrar o 11 de Novembro. Com o passar do tempo, especialmente após os terrores da II Guerra Mundial, as vítimas de outras guerras de cada país também passaram a ser rememoradas neste mesmo dia. Aqui no Canadá, por exemplo, tem se falado muito dos soldados, na maioria muito jovens, que estão lutando no Afeganistão, o que tem tornado as celebrações deste ano um pouco mais presentes e sensíveis a todos.

Há duas semanas tenho visto os velhinhos, presumivelmente veteranos da Segunda Guerra (embora eu tenha lido que ainda existe pelo menos um veterano da Primeira Guerra ainda vivo), estão colhendo donativos e dando em troca um pequeno broche imitando aquela florzinha para as pessoas colocarem na lapela. É impossível andar pelas ruas sem encontrar alguém usando um broche desses. Até os apresentadores dos telejornais aparecem com elas; tudo para embelezar as celebrações do dia de hoje. Aqui perto de casa estão fazendo uma no cemitério, que tem uma área só com túmulos de soldados, inclusive "enfeitada" com tanques e canhões de cada uma das guerras em que soldados canadenses lutaram.

09 novembro 2007

Practice Firms

Existe uma infinidade de Entidades que orientam o imigrante recém chegado ao Canadá a conseguir emprego, desde a elaboração do currículo até a "prática"digamos assim.

Já falei aqui do Job Start e do Skills for Change que possuem workshops de 2 semanas ou mais onde você aprende a elaborar um bom currículo, técnicas de entrevista, cultura canadense entre outras coisas. Tudo isto é teoria.

As Practice Firms são empresas virtuais em que pessoas do Governo trabalham e possuem algumas vagas para que recém-chegados possam exercer sua profissão para adquirir experiência canadense.

Virtual porque o prédio existe fisicamente mas tudo o que você vai fazer lá é virtual, ou seja, se sua área é marketing você vai desempenhar todas as funções do cargo, elaborar flyers e etc, mas nada disso terá valor econômico. O "estagiário" recebe inclusive um holerite e deverá realizar compras pela internet com seu salário mas nenhuma transação vai ocorrer na realidade, apenas no ambiente virtual para que se possa praticar.

São 5500 empresas desse tipo no mundo e 46 aqui no Canadá (será que existe alguma no Brasil?). O site da Real Co. explica bem como funciona:

The virtual company concept is an innovative business program, focused on activity-based learning. This concept provides participants with real business experience and supports them to develop personal qualities and attitudes such as leadership, decision-making, problem solving and communication skills in a group environment, working towards a positive outcome.

A virtual company is a simulated enterprise that is set up and run by its participants with support from employment counsellors and a real sponsor company. Virtual Companies conduct business with other virtual companies in a simulated market economy on a local, national or international basis. The Practice Firm facilitates hands-on experience to all participants in every aspect of business operations. It also strengthens marketing and sales experience through development and implementation of business plans and follow on the subsequent processes once it is implemented.


Claro que você não recebe salário durante as 8 semanas do treinamento mas se conseguir emprego antes desse período você pode sair do programa. Se é válido ou justo fica para uma outra discussão.

O ponto positivo que vejo nisso é que você não precisa ter medo de errar e ainda pode desenvolver suas "communications skills", ou seja, dar uma turbinada no Inglês de índio que você chega falando.

Ah, um "conselheiro" deve te indicar para esse programa, depois você vai a uma information session na qual eles explicam como tudo funciona e se seu currículo for interessante e eles tiverem uma vaga na sua área uma entrevista será marcada.

Prepare-se para aquelas peguntas chatérrimas do tipo "Fale-me de uma ocasião em que você resolveu um problema de forma criativa"ou "Descreva uma situação em que você fez algo melhor que seu chefe. Como você lidou com isso depois?

Dependendo do cargo pode existir uma fila de espera e não significa que os primeiros da fila serão os primeiros a conseguir a vaga. Lembre-se que o critério utilizado é o currículo, quanto melhor maior a sua chance de conseguir o "emprego".

08 novembro 2007

Flurries!

Enquanto passeava com meus cachorros hoje fui surpreendida por flurries! Foi a primeira vez que os vi e achei a coisa mais linda. Fiquei igual criança tentando pegá-los no ar mas estavam tão fininhos que derretiam assim que tocavam a minha mão (a temperatura ainda estava positiva em 2°).

Liguei para o Pedro e disse "está nevando" mas ele não viu nada porque em downtown não teve flurrie. Ele não sabe o espetáculo que perdeu.

Aqui vai uma foto que tirei da janela do meu apartamento mas infelizmente não dá pra ver direito. As varandas aparecem rajadinhas porque são os flurries caindo (clique na foto para aumentá-la e conseguir ver alguma coisa).


06 novembro 2007

Você sabe o que é Tempo?

Olhe bem para essa foto. Você reconhece esta praça?

Se você falou que é a pracinha do Centre for the Arts de North York acertou! Mas você já prestou atenção nela?

Então olhe para o chão e preste atenção na disposição dos bancos e marcas no chão.

Agora olhe para cima; tem uma espécie de "cobertura vazada" sobre esses banquinhos. Percebeu? Eles formam notas musicais; isso é uma partituta, ou melhor, parte dela.

Esta escultura também faz parte da praça e se chama "Tempo". Quando vi isso pensei: "que legal, o nome da escultura está em Português!". Santa ignorância! Ainda bem que eu tenho o Pedro que entende de música.

"Tempo" é uma palavra italiana para medir a velocidade com que se vai tocar as notas musicais, daí todos esses objetos estarem dispostos na praça de forma a dar a impressão de partitura. Achei genial!

05 novembro 2007

Conhecendo os vizinhos

O Halloween já passou e a assombração aqui resolveu sair da toca. Gostaria de ser diferente mas sou assim mesmo, me enfio no meu cantinho e só saio se me chamarem e foi isso que aconteceu na semana que passou.

Tive a oportunidade de colocar a conversa em dia com a Dani, conhecer a Mirela e tomar um café de verdade (brasileiro, é claro) e finalmente reencontrar o Marcelo e sua família que vieram no mesmo vôo que o Pedro e eu.

Fomos jantar em um restaurante chinês (Congee Wong) aqui pertinho com a família 3M e Marcelo e família. Além de ter conhecido um lado da Yonge para o qual eu nunca tinha ido o jantar valeu pelo sabor e pelo preço bastante convidativo. Com certeza é um local que voltaremos a frequentar nos finais de mês quando o dinheiro estiver curtinho e quisermos fugir dos fast-foods.


01 novembro 2007

A difícil arte de cozinhar


Cozinhar para mim nunca foi um problema porque eu simplesmente não cozinhava no Brasil! Ok, de vez em quando eu preparava alguma coisa simples ou um sanduíche light mas aqui preciso cozinhar todos os dias, afinal não dá para comer em restaurante direto.

Já pesquisei vários sites de receitas mas eles sempre colocam ingredientes esquisitos ou pratos calóricos.
Todos os dias penso "vou montar pelo menos um cardápio quinzenal" e aí fico estagnada nos únicos pratos que sei preparar:
  • arroz com lentilha e cebola torrada (comi uma vez num restaurante árabe e adorei)
  • strogonofe de frango/carne (modéstia à parte o meu fica gostoso)
  • macarrão com salsicha (é o salvador da pátria quando não tem mais nada em casa)
  • sopa de legumes (preciso aprender porque a minha não fica boa)
  • arroz com feijão e quibe assado (o quibe eu conheci no bandejão da USP e era um dos raros pratos bons de lá)
Esses pratos devem ser preparados apenas para o almoço porque contém bastante carboidrato, o que significa aumento de peso. Desta forma, à noite deverá ter alguma coisa mais leve como uma saladinha ou um sanduíche natural. Problema1: o Pedro não come coisas que nascem na natureza só aquelas que "nascem" dentro das fábricas. Problema 2: nenhum de nós come peixe de espécie alguma, o que nos dificulta a vida, já que se faz maravilhas com uma lata de atum.

O meu almoço de hoje foi um potinho de cuscuz marroquinho (200 calorias) que não estava gostoso e uma saladinha de folhas, mas já não tenho idéia do que preparar para o jantar ou para o Pedro levar para o trabalho.

Para quem gosta da arte de cozinhar a criatividade não deve faltar, mas no meu caso ela passou longe, portanto aceito sugestões de pratos fáceis de preparar, coisas que vocês comem no dia-a-dia.

Confesso que uma vez uma nutricionista montou um cardápio mensal pra mim mas quem aguenta comer frango grelhado todo dia?

31 outubro 2007

Halloween


Hoje o Pedro teve que levar na mala essa roupitcha fashion para o concurso de fantasias que haverá na empresa por ocasião do Halloween.

Parece que também haverá uns comes e bebes com sangue humano, olho e miolos.

30 outubro 2007

Let's all hate Toronto

Tá todo mundo falando.
Confesso que a primeira vez que ouvi falar desse documentário fiquei confusa e me perguntando: por que odiar Toronto?

O co-diretor, Mr.Toronto, é um personagem fictício que parte para uma "Toronto Appreciation Tour" e viaja de costa a costa no Canadá tentando descobrir porque Toronto é uma cidade tão odiada.

A rivalidade começa em Hamilton por causa do futebol e isso pode explicar um pouco o título do filme, mas não pára por aí. O responsável pela façanha é um jornalista da CBC nascido em Montreal e com isso não preciso falar mais nada.

Entre as razões para se odiar a cidade, além do Maple Leafs, estão a poluição e a violência. Violência???

O único momento que assisti foi quando Mr. Toronto sai às ruas na Nuit Blanche e recebe centenas de abraços, inclusive do "mayor" de Toronto.

Segundo alguns o filme é mais uma declaração de amor do que de ódio à cidade e vale a pena ser visto para se conhecer o Canadá.

Bom, eu ainda não assisti e por isso não posso opiniar, mas fica aí a dica para quem quiser se arriscar.

Site Oficial: Let's all hate Toronto
Blog do Mr. Toronto


28 outubro 2007

Brincando de Lego

Estou em Toronto! Meu cunhado me trouxe para casa ontem e voltou por Niagara Falls ao invés de Buffalo para que eu pudesse dar uma espiadinha nas cataratas. É claro que não pude deixar de me lembrar do episódio do Pica-Pau descendo as cataratas num barril. Ah, não viu esse episódio? Então assista-o aqui!

Aproveitando que estávamos "motorizados" fomos até a Ikea comprar um sofá e outras cositas porque eu não aguentava mais sentar no chão. Minha coluna agradece!

Desta forma, domingo foi dia de brincar de Lego e montar as coisas. Confesso que sempre fui do tipo que prefere pagar para que alguém faça as coisas para mim, portanto, a experiência de ficar montando gavetas e sofás não foi animadora. Já o Pedro se divertiu bastante porque prefere fazer ele mesmo ao invés de pagar para fazerem.

Esta é uma faceta com a qual tive que me "conformar" aqui: eu mesma limpo a casa, dou banho nos cachorros e até abasteço o tanque do carro. Bom essa de abastecer merece um capítulo à parte porque o Pedro e eu quebramos a cabeça quando fomos para Pittsburgh mas depois de uns 10 minutos conseguimos descobrir como funcionava a bomba de combustível.

No final da tarde resolvemos dar uma saidinha e nos deparamos com uma temperatura de 6 graus! A previsão para os próximos dias é pior ainda; amanhã de manhã por exemplo vai fazer 1 grau com sensação térmica de -3! Nunca peguei uma temperatura tão baixa assim e é nesses dias que me lembro da Dani, portanto, aqui vai uma foto para provar que eu já me preparei para o frio e até já usei luvinha hoje.

26 outubro 2007

Senior's Night


Hoje à noite fui no que eles chamam aqui de Senior's Night. É uma homenagem que as escolas fazem aos estudantes que estão no último ano da High School, que é o caso da minha sobrinha Clarissa.
Ela faz parte da banda e da orquestra da escola tocando violino (chique, hein?).
A "cerimônia" começou com a abertura da banda tocando o hino americano e as meninas fazendo evoluções com bandeiras e aqueles "pompons" que as cheers leaders usam.
Fiquei com pena de todo mundo porque estavam com roupas fesquinhas para uma temperatura de 12 graus. Eu mesma, que esqueci de levar luva, quase congelei. Nessa hora lembrei da Dani que sempre me fala pra comprar luvas. OK, eu comprei mas ainda não usei, estou resistindo bravamente porque detesto cobrir as mãos e a cabeça mas parece que vou ter que aprender a gostar.


Apesar do frio a animação era total, principalmente porque depois da apresentação da banda haveria uma partida daquele futebol esquisito que eles têm aqui. O time da escola "Tigers" é favorito por aqui e ia jogar com o time de uma escola vizinha. Bom, eu não vi o jogo porque voltamos para casa por causa do frio mas me disseram que vencemos!

22 outubro 2007

Capachinho e Piaçava descobrem a América

Fila na fronteira CA-EUA

Estou na terra do Tio Sam com a Ísis e o Willy. A irmã do Pedro me pediu para ficar com ela nesta semana para ajudá-la no pós-cirúrgico e praticamente me "obrigou" a trazê-los por causa das filhas que adoram pets, portanto, esses cachorros viajantes estão levando um vidão.

Alugamos um carro pela National Car, já que até hoje nossas CNH's ainda estão válidas, mas eles só pediram um documento com foto e comprovante de endereço.
Nunca havíamos dirigido carro com transmissão automática mas depois de experimentar o Pedro virou fã incondicional, não quer mais saber de câmbio manual.

Ísis passeando no jardim

De Toronto a Pittsburgh são mais menos 4 ou 5 horas de carro mas demoramos bem mais que isso porque ficamos parados 1 hora e meia na fronteira . Foi duro, apesar de termos visto americano precisávamos pagar mais U$6 para nos liberarem a entrada e como todo o Canadá está vindo fazer compra nos EUA por causa da paridade do dólar a fila estava imensa. Chinês e indiano é o que não faltava.

Como também não somos de ferro fizemos nossas comprinhas também porque os preços ainda são menores que Toronto, bem como o imposto que é só de 6%. Para vocês terem uma idéia, compramos um home teatre e um notebook de 250Gb de HD e 2Mb de memória por $1091 (incluindo impostos). Um verdadeiro "negócio da china"!

Ainda quero aproveitar para ir ao Outback e ao Friday's antes de ir embora.
Na estrada passamos por vários Applebees mas a viagem demorou tanto que nem paramos em nenhum deles, mesmo porque segundo a Lei de Murphy, estavam todos do lado oposto da estrada.

A temperatura por aqui só não está mais agradável porque faz calor demais durante a tarde, mas depois das baixas temperaturas em Toronto (chegou a fazer 4 graus) eu não reclamo não.

19 outubro 2007

Instruções para Estrangeiros no Brasil

Como passarei a próxima semana na casa da minha cunhada em Pittsburgh resolvi pesquisar informações sobre a cidade, sobre o procedimento na fronteira entre Canadá e EUA e eis que me deparo com uma triste realidade...sobre o Brasil.

Neste site do governo canadense é possível encontrar informações, dicas e recomendações sobre vários países pelo mundo e isso foi o que achei sobre o nosso. O pior é que eu presenciei algumas das ocorrências relatadas como o ataque do PCC em São Paulo no ano passado, a crise no setor aéreo e o acidente com o avião da TAM que não deixou nenhum sobrevivente.

São Paulo and Rio de Janeiro states have faced incidents of gang-related violence, with targets including police stations, buses and businesses. Such waves of attacks can cause interruptions in public transportation and cellular telephone networks, business closures, and general inconvenience to the public. Canadians are advised to exercise caution, especially at night, when travelling throughout both states.

The city of Rio de Janeiro has recently experienced a significant upsurge in violence. On June 25, 2007, armed clashes between police forces and alleged criminals have caused three deaths at Galeão Antonio Carlos Jobim International Airport. During the past few months, violent incidents occurred on the highway leading to the airport, and several bystanders have been injured by stray bullets in the vicinity of the shantytowns. Although additional security forces have been deployed throughout the city, future incidents are possible and could involve firearms. Exercise extreme caution.

A dispute is ongoing between the government and air-traffic workers, which has lead to numerous strikes and demonstrations over the last months. In addition to frequent technical problems, this has caused severe travel disruptions in the Brazilian airspace. Consequently, Canadians should remain vigilant and expect flight delays, especially for flights to or from airports in the cities of Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasilia and São Paulo, and during periods of increased demand for domestic air travel. The situation may also affect ease of movement in the vicinity and inside major airports, as well as the availability of nearby hotel accommodations, especially in São Paulo.

Several accidents involving domestic Brazilian airlines have occurred recently, including the crash of a TAM plane at Congonhas Airport in São Paulo on July 17, 2007. Until further notice, the main runway at Congonhas Airport will be closed during rainy weather. As a result, flights to and from São Paulo and other cities throughout Brazil could be delayed, cancelled or redirected. Before deciding to undertake domestic air travel in Brazil, Canadians should carefully evaluate implications for their safety, contact airlines for up-to-date information on flight alterations and other issues and modify their travel plans accordingly.

Serious crime, often involving violence, is high in a number of urban centres, including Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife, and Salvador. Robberies involving tourists, some violent, have occurred in São Paulo, Rio de Janeiro and along the southern coastal beaches, even during the day. If possible, avoid beaches with poor visibility from the sidewalk and keep to beach areas where lifeguards are present. In Rio de Janeiro, areas outside of the south side (Zona Sur) should be avoided. Be vigilant in areas surrounding the Rodoviaria (bus station).

Foreigners have become the victims of violence, including sexual assault. Victims have been seriously injured or killed when resisting perpetrators. The use of firearms is common. Visitors are cautioned to avoid isolated areas, including beaches after dark, and to ensure living accommodation is totally secure. Any visit to a “favela” (shantytown) should be in the company of a reputable tour guide only. In November 2005, drug dealers invaded a city bus in the favela da Rocinha and set it on fire with passengers still inside. Four passengers died, and many more were injured.

Report all criminal incidents to the nearest police station. In Brasília and São Paulo, emergency numbers are: police: 190, ambulance: 192, and fire department: 193. São Paulo police can also be reached at (55-11) 3082-0160. In Rio de Janeiro, tourist police are at 3399-7170. The tourist police address is Leblon, Rua Humberto de Campos, 315.

Felizmente o país não tem só essa face pois é nele que estão nossas lembranças de infância e as pessoas que mais amamos. É por elas que um dia deixaremos de lado a parte ruim e voltaremos para matar a saudade.

16 outubro 2007

What's your name?

Parece uma pergunta simples mas não para mim.

Sempre tive problema com meu nome desde quando era pequena porque as pessoas nunca entendiam e falavam de tudo: Jane, Diana, Diane, Jene, mas nunca Jeanne (Ge-ã-ne).
Depois veio o sobrenome, mesmo vendo no meu RG que era "Aragão"sempre escreviam "Araújo".

Quando fui para a Bolívia eles também não conseguiam pronunciar então acabaram por me chamar de Jane ou Janet com a pronúncia inglesa.

Aqui no Canadá eu achei que não teria problemas já que é um país bilingue e meu nome tem escrita francesa. Ledo engano!

Às vezes chego a ser mal-educada com as pessoas porque digo "pode me chamar do que quiser, você não vai conseguir pronunciar meu nome mesmo".

Sempre que lêem Jeanne acabam pronunciando Jeanie (Dini) e aí eu viro "Jeannie é um gênio".

Por que tudo isso? Porque compramos um home phone e o Pedro quer que eu grave a mensagem na secretária eletrônica. E agora? Qual é o meu nome?
Eu gostaria que usassem a pronúncia francesa, já que a grafia permaneceria intacta, mas toda vez que eu digo que meu nome é francês eles não conseguem pronunciar!

Ó dúvida cruel! Eu deveria ter nascido Maria!


15 outubro 2007

Compras de Outono

Apesar de ter esfriado há pouco tempo já percebemos que o outono daqui é bem mais frio que o inverno paulistano, portanto, aproveitamos a promoção de 70% off da Mountain Equipment CO-OP e fomos às compras de roupas de inverno.

As dicas do nosso já conhecido amigo Jorge, que é gerente da loja, foram fundamentais para que pudéssemos gastar pouco e comprar o suficiente para nos manter aquecidos.

Além do casacão que vai nos proteger inclusive no inverno, compramos as "roupas de baixo" na categoria "mid weight" que é para baixas temperaturas. Se você for esquiar vai precisar de roupas mais quentes.

As "roupas de baixo" são basicamente um "minhocão" chamado long john para ser colocado sob a calça e uma blusinha silk mas que na verdade não é de seda, segundo o Jorge. Essa blusa fica justa no corpo e absorve a transpiração sem deixar a roupa molhada. O Pedro vai usá-la por baixo da camisa para trabalhar porque além do subway ele ainda fica esperando a boa vontade do streetcar passar e depois ainda tem que caminhar 10 minutos até o trabalho.
Nos dias de muito vento ele passa muito frio, tadinho.

Existem várias formas de se vestir, segundo fomos informados, e isso vai depender de quanto frio cada um sente. Não existe certo ou errado porque precisamos experimentar o frio primeiro e depois ver que tipo de roupa vai se adequar mais às nossas necessidades.

O que não pode faltar é uma bota impermeável por causa da neve derretida. Verifique sempre a faixa de temperatura que ela aguenta. Você vai encontrar botas de -10 a -40 graus.

Se esse também é o seu primeiro outono/inverno por aqui peça ajuda a alguém experiente para não comprar coisas muito pesadas ou que não estão de acordo com a estação. Eu, por exemplo, vi casacos super grossos e achei que eles aguentassem o inverno, mas muitos deles eram só para o outono. Procure por aqueles que têm down fill em seu interior; apesar de mais caros são bem mais leves e quentinhos (dica preciosa da Dani).

12 outubro 2007

Cortando a juba pela primeira vez

Sabe aqueles dias em que você acorda e diz "Não aguento mais meu cabelo"? Pois é, tenho acordado assim há alguns dias mas sem coragem de tomar uma iniciativa.

Venta demais nessa cidade e toda vez que saía ficava parecendo o Floquinho da Turma da Mônica com o cabelo todo na cara e não adiantava tirar porque o vento insistia em bagunçar tudo de novo. Como vi que não ia vencer essa batalha resolvi dar um basta e o resultado está aí.

Para quem entrou no primeiro salão que encontrou até que não ficou tão ruim, embora tenha passado longe da foto que eu levei para servir de modelo.

Quem sabe no mês que vem eu tomo vergonha na cara e resolvou fazer alguma coisa decente no cabelo. Por enquanto eu só queria tirá-lo da frente do rosto mesmo!

O próximo a ter a juba cortada será o Willy, só preciso decobrir onde vou levá-lo.

11 outubro 2007

Cadê o calor que estava aqui?


Que tempo louco! O que aconteceu com o calor?
Pelo que vi a previsão não é muito otimista porque a tendência é de continuar a esfriar.

Desse jeito acho que Capachinho e Piaçava só vão conhecer o High Park no ano que vem!

Tá bom, não vou reclamar, eu sei que vem coisa (muito) pior.

10 outubro 2007

Desconstruindo Mitos

Enquanto estamos naquela agonia de esperar pelo tão desejado visto de imigração aproveitamos o tempo para pesquisar tudo o que podemos sobre o Canadá, e em uma destas minhas pesquisas deparei-me com afirmações que me fizeram formar um pré-conceito sobre os canadenses.

Em abril deste ano escrevi um post sobre curiosidades e eis o que está lá:

"Não faça carinho em crianças que você não conhece e jamais toque nelas! No máximo sorria e diga: he/she is so cute."

"O mesmo vale para cachorros. SEMPRE pergunte antes: Can I pet your dog? ou Is she/he friendly?. Os donos não gostam quando a pessoa já vai tocando no cachorro, e depois nunca se sabe se ele (o cachorro) é bravo."

Encontrei estas afirmações lá na comunidade Maura, me ajuda!, que tanto me ajudou durante o processo de pesquisa.

Sinceramente não sei por que disseram isso. As experiências que venho tendo até agora são exatamente opostas a estas. Todos brincam com meus cachorros, acariciam e fazem perguntas; acho até que aqui as pessoas brincam mais com eles do que acontecia no Brasil (é só dar uma olhada no post em que os dogs andaram de metrô).

Com as crianças não é diferente; as pessoas já chegam fazendo graça e carinho. A diferença que percebi aqui é que as crianças parecem ser a coisa mais preciosa da sociedade. Tem até propaganda na TV com números de telefone para você denunciar violência infantil, seja na escola ou no círculo social em que colocam apelidos pejorativos em algumas crianças.

Outra coisa que me chamou a atenção é que você não vê menores soltos e abandonados pelas ruas pedindo esmola; até agora eu não vi sequer uma única criança perdida por aí. Não sei como é em outras cidades e províncias, mas aqui em Toronto elas são bem tratadas.

Quanto a cachorros de rua eu cheguei a ver alguns mas é muito raro. Acredito que o controle sobre a esterilização dos animais seja mais sério por aqui.

Já em outro post eu falo das diferenças culturais e como motoristas e pedestres canadenses são educados. Nada como a experiência para nos confirmar ou não os fatos e este com certeza não é 100% verdadeiro.

Desde meu primeiro dia aqui vi muitos pedestres atravessando fora da faixa, portanto, o mito do pedestre educado foi derrubado.

Motoristas: tão mal-educados quanto em qualquer lugar, com a diferença de que aqui eles têm a obrigação de dar preferência ao pedestre porque se atropelarem alguém as consequências são sérias e pesadas no bolso.

Adoram uma buzina, o que me surpreendeu. Apesar do pedestre ter toda a preferência e de carros pararem no meio da rua ao ver um cruzando as faixas, o mesmo não ocorre com outros motoristas. Já vi passarem em sinal vermelho, xingar e ultrapassar quando não deveriam, mas claro que isso é em menor escala.

Antes de chegar imaginei que os canadenses fossem o cúmulo da educação e polidez. De fato são, mas basta você fazer qualquer coisa "errada" ou fora do padrão que eles já vão logo se metendo e xingam até sua bisavó. Vi isso acontecer várias vezes com pessoas próximas ou desconhecidas.

Enfim, nada melhor do que fazer parte do "povo" para saber como ele vive.
Claro que o que escrevi não passa de um ponto de vista e de uma opinião muito pessoal baseada nos fatos que presenciei até agora; pode ser que outros tenham passado por experiências diferentes e vejam a coisa de outra maneira.

07 outubro 2007

PATH: uma cidade sob a terra

Este é um assunto que estava na minha lista há algum tempo. Para quem já está acostumado com a cidade não é lá grande coisa, mas para quem chega é um novo mundo a ser descoberto.

Nós mesmos ficamos impressionados com a dimensão e infra-estrutura que os caminhos subterâneos (PATH) possuem aqui em Toronto. São 27 quilômetros repletos de lojinhas, supermercados, praças de alimentação e serviços; uma verdadeira cidade sob a terra.

"Mais de cinquenta prédios/escritórios estão conectados através do PATH. Vinte estacionamentos, cinco estações de metrô, duas das maiores lojas de departamentos, seis dos maiores hotéis e até um terminal ferroviário. Há mais de 125 pontos de acesso e mais 60 pontos de decisão nos quais o pedestre deve decidir entre virar à direita, esquerda ou continuar em frente". É aí que a coisa complica.

Para quem é totalmente sem noção feito eu e ainda não consegue se localizar na cidade através do 4 pontos cardeais o PATH pode se tornar um labirinto sem fim.

Várias vezes fiz o caminho de ida mas não consegui voltar e isso se aplica inclusive ao caminho que liga noso prédio à Biblioteca Pública de North York, por exemplo, que apesar de não fazer parte do PATH é como se fosse um.

Mas o PATH não é exclusividade de Toronto. Montreal e Quebec City também têm o seu RÉSO.

01 outubro 2007

Domingo é dia de Feijoada!


Pois é, todo último domingo do mês o Centro Espírita Joanna de Angelis promove uma feijoada beneficente e nós fomos prestigiá-la mais uma vez.

Lembram-se que na semana passada fomos convidados para almoçar na casa da Maria Elena e do Jorge? Como eles disseram que gostavam muito de feijoada resolvemos levá-los conosco. Também convidamos a Alexandra, que já é figurinha carimbada em nossos fins de semana. O Gean também estava lá "fazendo uma boquinha".

Pra fechar o dia com chave de ouro nada melhor que um café de verdade e lá fomos nós pra padaria portuguesa que tem ali na mesma rua. Só percebemos que o tempo havia passado quando eram mais de 6 da tarde. Ô turminha que fala!

No próximo mês não haverá feijoada mas em novembro ela retorna! O evento é aberto a pessoas de todas as religiões ou de nenhuma delas pois o intuito é levantar fundos.

28 setembro 2007

Capachinho e Piaçava no Metrô


Nesta sexta-feira a Ísis e o Willy fizeram seu primeiro passeio de metrô e streetcar. Nem preciso falar que viraram a atração dentro do metrô, né?

Todos que se sentavam próximos de nós brincavam com eles, conversavam, afagavam e perguntavam se a Ísis era da raça Jack Russel Terrier. Eu nunca havia ouvido falar desse cão mas fui procurar no Google e achei essa foto aí ao lado. Não é que a Ísis parece mesmo com um Jack Russel? Mas duvido que ele seja tão praga igual a ela.

Os dois se comportaram tão bem que eu nem acreditei! A Ísis até deitou no meu colo, e olha que quando ela sai de carro fica em pé o tempo todo, nunca senta, parece um cavalo. Uma vez fomos de São Paulo ao Paraná e ela foi em pé durante as 11 horas de viagem.

A sensação de andar com cachorro no transporte público é bem esquisita, parecia que eu estava fazendo algo errado, escondido e que a qualquer momento iam pedir para eu descer mas não foi o que aconteceu. Os motoristas dos streetcars sequer olharam pra eles então fizemos nossa viagem tranquilamente. Só na volta que pegamos o metrô completamente lotado às 14h30 da tarde!!!! Aí sim foi difícil porque viajamos em pé e ainda tínhamos que ter cuidado para não pisarem nos coitadinhos, principalmente no Willy que é tão pequeno que até em casa a gente vive tropeçando nele, heheheh

Ah, as pessoas têm me perguntado sobre o apelido deles. Capachinho porque o Willy é uma bolinha de pêlos e quando deita fica parecendo um tapetinho e como ele é maria vai com as outras virou Capachinho.

A Ísis tem um pêlo duro e espetado que parece uma piaçava, daí o apelido.

Quem inventou isso? Só podia ter sido o Pedro!

É lógico!

Ok. Todo mundo está perguntando que questão complicada foi aquela da minha entrevista. Vou tentar reproduzi-la aqui. Trata-se de uma questão que envolve mais lógica e matemática do que propriamente programação. Em todo caso, ela foi proposta na segunda entrevista, pelo CTO da empresa. A princípio ele pediu para eu desenhar algum projeto que tivesse desenvolvido. Depois ele me veio com essa:

Considere uma empresa que produz peças: parafusos e porcas. Os parafusos pesam 11g e as porcas, 10g. Para atender a uma encomenda de porcas, foi separado um certo número de caixas, mas, por engano, uma das caixas continha parafusos, só que agora todas as caixas já estão fechadas. É preciso descobrir qual é a caixa errada!
Suponha-se um sistema automático que pode coletar uma determinada quantidade de peças de uma determinada caixa e guardar numa bandeja e pode também levar o conteúdo da bandeja para uma balança. A primeira ação é executada por uma função void pegar(int numPecas, int caixa); e a segunda por uma função int pesar(); embora isso seja meramente ilustrativo, porque não precisava escrever o programa, mas apenas demonstrar a minha maneira de raciocinar (se bem que essas funções acabaram me dando uma dica importante no final).
O problema é montar um algoritmo que execute essas operações (um programa que chame essas funções) para determinar qual é a caixa que contém parafusos em vez de porcas.
A princípio, ele disse que era apenas uma maneira de observar a minha maneira de pensar e resolver problemas. Por isso eu comecei com a solução mais simples: pegar uma peça da primeira caixa e pesar, depois uma da segunda e assim sucessivamente até encontrar um parafuso. Depois ele pediu para considerar a balança como um recurso caro que precisa ser otimizado e pediu para elaborar um algoritmo que executasse menos pesagens. Eu propus uma solução com busca binária (ele me pediu até a função matemática que descreve a eficiência da busca binária). Por fim, ele disse que a balança era um recurso muito, muito caro e perguntou se eu poderia fazer um algoritmo com o mínimo de pesagens possível. Ele até saiu da sala para deixar eu pensando. Se bem que a resposta me veio logo que ele saiu. Na verdade esse é um problema clássico de lógica que aparece em muitos livrinhos de passatempo. Apesar disso, depois que eu dei a resposta, ele disse que mais ou menos 90% das pessoas não conseguem chegar a essa solução.
Alguém mais sabe a resposta?

27 setembro 2007

Vai trabalhar, vagabundo!

Hoje não tenho como escapar. A Jeanne já está brava comigo porque ainda não escrevi um post dizendo que já comecei a trabalhar!
Depois de duas entrevistas (onde tive que responder até perguntinhas de lógica) fui contratado por uma empresa de jogos online. Embora muitas pessoas achem que deve ser muito legal trabalhar nesse tipo de empresa, eu vou cuidar mais da parte administrativa do site. Só de vez em quando é preciso testar se os jogos estão bem integrados com o resto.
Mesmo assim, tenho que reconhecer que o clima da empresa é mais descontraído. Fica num edifício antigo, no Distillery District, um lugar bem charmoso, perto (mas não muito) do centro da cidade. São vários edifícios antigos, com galerias de arte, lojas de decoração, restaurantes e alguns escritórios escondidos.
Acho que os edifícios são históricos e não podem ser reformados, o que cria uma atmosfera pitoresca no ambiente de trabalho. Tem até uma caldeira no meio de uma sala de reuniões.

Minha última entrevista foi na segunda de manhã. No final do dia perguntaram se eu não poderia começar a trabalhar já na quarta. Como não estou fazendo nada...
Passei o primeiro dia inteiro instalando e configurando o ambiente de desenvolvimento na minha máquina. Ou melhor, máquinas, porque lá todo mundo tem dois computadores para trabalhar. É tanta ferramenta que eu fiquei até com medo. E hoje, o segundo dia, fiz uma simulação no ambiente pré-produção. Não pude fazer muita coisa porque no meio da tarde, todos paramos de trabalhar para ir a uma festa em outro andar, organizada pelo pessoal que desenvolve os jogos para comemorar o lançamento oficial de um novo jogo na Internet. Tinha comida de todas as partes do mundo, bebida à vontade, de refrigerante até vodca, com barman e até DJ. Sem esquecer, é claro, das instalações de jogos para quem quisesse "experimentar". E ainda deram uma camiseta para cada um. Para completar, deram a sexta-feira de folga para todo mundo! Assim eu vou acostumar mal...

Outra coisa interessante nesse lugar é que fica pertinho do Cirque du Soleil. Por coincidência, é para lá que fui quando saí da festa, mas isso já é o assunto do próximo post.