31 julho 2007

Preparando o currículo

Mais uma vez passamos o dia todo no Skills for Change preparando currículos e aprendendo a fazer uma cover letter, cold calls, etc. Pode parecer besteira mas estamos em uma cultura completamente diferente da nossa então os detalhes fazem a diferença.
O dia foi tão intenso que só fomos "liberados" do Skills lá pelas 4h30 tarde mortos de fome porque saímos de casa sem tomar café da manhã e não tivemos tempo de almoçar.

Seguindo a recomendação da Paula fomos até a Churrasqueira do Sardinha que fica no 942 da Bloor St. pertinho da estação Ossington. Logo veio uma portuguesa perguntando que parte do frango eu queria e se era 1/4, meio ou inteiro. Como eu como pouco pedi meio para dividir com o Pedro, mas eis que de repente eu vejo aquele prato crescendo e ficando cheio de arroz e batata com meio frango dentro! O prato servido é gigantesco. Como não somos muito vorazes deu para comermos bem, e o melhor: tudo por $8,50!
Meu estômago agradeceu porque se você tirar a pele do frango ele não fica apimentado. Lá é exatamente como o Gean falou: a moça pergunta se você quer picante ou "doce", aí fiquei pensando "o que é um frango doce?" e logo me veio à cabeça que deveria ser um frango sem pimenta. Ledo engano, ele tem menos pimenta que o picante mas nem por isso deixa de ser ardido.

À noite saímos para visitar um apartamento pra dividir que encontrei através do Homestay Connection. So far so good, porém...aqui é que começa a parte interessante:
Chegando lá notamos que o cara tinha um sotaque diferente, parecido com o nosso, mas como ele não mencionou nada ao dizer que éramos brasileiros ficamos imaginamos de onde seria. Sim senhor, ele é do Brasil! E melhor: de São Paulo!
Calma, ainda não acabou, além de ser o dono do Homestay Connection Ele também trabalha com Java assim como o Pedro.
Foi muita coincidência de uma só vez! Mas a melhor parte de todas é que ele vai ajudar o Pedro a conseguir um emprego na empresa em que trabalha. Contando ninguém acredita.

Bom, depois de tudo isso eu só posso dizer que estamos nos mudando para lá no sábado e ainda existe a possibilidade dele vir nos buscar aqui no hotel para levarmos as malas.
Um cara tão gente boa assim só podia ser "amigo" do Gean!

Quero agradecer a todos que estão deixando recadinhos e enviando e-mails com dicas. Um agradecimento especial à Monique que talvez tenha descoberto a minha função aqui na terrinha: Technical Writer. Meu futuro roomate me disse que talvez seja Business Analist mas acho que não é o caso.
O duro foi tentar fazer a "tiazinha" do Skills entender o que é um Analista de Organização e Métodos. Bom, ela não entendeu e ainda me mandou procurar um emprego de Data Entry!

30 julho 2007

1 Semana em Toronto

Comemoramos ontem nossa primeira semana em Toronto e para isso fizemos um programinha de turista: fomos até a CN Tower e ao Lago Ontário. Não sei se foi impressão minha mas assim que cheguei ao lago senti cheiro de mar.
Começamos hoje os preparativos para encontrar um emprego, fomos ao Skills for Change para que nos orientem a fazer um resume canadense. Este serviço está disponível apenas na parte da manhã, então teremos que voltar lá. Amanhã também haverá uma palestra sobre Cover Letter e hoje assistimos uma sobre como evitar o choque cultural no ambiente de trabalho.
Uma das coisas que me chamou a atenção foi o fato de não se poder usar perfume dentro das empresas por causa de pessoas alérgicas. Acho que é por isso que tem tanta gente fedida por aí porque acho que alguns nem desodorante usam! (cá entre nós, tô achando esses canadenses meio hipocondríacos).

Saindo do Skills resolvemos dar uma volta pelo bairro Português e descobrimos a padaria Brazil na College X Dundas (1566 Dundas West St.). Acreditam que tinha coxinha??? Pena que só tinha uma senão eu teria me acabado de tanto comer. Também tomamos um cafezinho expresso com leite, ai que saudade de um bom café.

Falando em comida, amanhã estaremos lá na Dufferin de novo. Alguém tem alguma sugestão de restaurante razoável e baratinho por aquelas bandas? Pode ser brasileiro mesmo desde que não tenha tanta pimenta, hehehe.

Por hoje é só, pessoal!

Toronto sempre nos surpreende, essa é a imagem de hoje.

28 julho 2007

Fazendo amigos

O dia de ontem foi dedicado a tentativas de entregar a papelada na imobiliária. Digo tentativas porque fomos lá 2 vezes e a pessoa não estava.
O escritório fechou ao meio-dia (hora em que chegamos pela primeira vez) e só abriu às 15hs. enquanto isso decidimos explorar um pouco a região e fomos conhecer o Don Mills.

Ele é um pouco melhor que o Eaton Centre mas mesmo assim não chega aos pés dos grandes shoppings que temos em São Paulo.

À noite fomos finalmente visitar a Dani e Rafa, que eu não via há mais de 1 ano.
Jantamos em um restaurante thailandês e baratinho, o que é melhor, e lá conhecemos mais outros casais de brasileiros: Carol e Fernando, Rogério e Luci, Leo e Guta, Cris e marido (sorry Cris, esqueci temporariamente o nome dele).

Adorei o restaurante e todos que conheci mas a melhor parte foi rever a Dani depois de tanto tempo.

Depois de 1 semana só comendo sanduíche, ou até não comendo por falta de vontade, conseguimos comer comida de verdade! Estava morrendo de vontade de comer arroz. Apesar de tudo ser muito apimentado por aqui eu adorei o franguinho que pedimos.

Hoje, logo cedo, fomos à imobiliária de novo e conseguimos entregar a papelada.
Seguimos para o Kensington Market mas até chegar em casa eu estava pensando que não o havia encontrado pois estava procurando uma construção como o Mercado Municipal de São Paulo. Estava tão preocupada em saber como chegar lá, olhando mapas na internet, no metrô, que acabei me esquecendo de entrar no site do mercado e dar uma olhada, assim eu saberia que não existe construção nenhuma e que Kensington Market é o nome dado a um conjunto de ruas em Chinatown (que mais parece a 25 de Março de tanta gente que tinha na rua) com uma grande variedade de lojas.

Como já tinha ficado meio tarde e a fome apertou, resolvemos arriscar comer em um restaurante chinês por lá mesmo, o que foi uma comédia porque o garçom mal falava Inglês e entendia menos ainda! Pedimos 2 Sprites e ele nos aparece com 2 Pepsis. Eu nem quis dicutir porque tudo que a gente falava ele balançava a cabeça afirmativamente como se estivesse entendido (tá parecendo eu, hehehehe).

Hoje também experimentamos andar no streetcar, aqueles "bondinhos"que tem por aqui. Pegamos um e fomos até um B&B para negociar nossa estadia depois que sairmos daqui do flat.
O local é bonito e limpo e o preço cobrado não foi dos piores
O próximo passo agora é procurar homestays, que são mais baratas ainda. Por que não pensei nisso antes?
Se alguém conhecer alguma para recomendar nós agradecemos. Apenas exigimos cama e internet porque sem acesso não somos ninguém nesta terra ainda desconhecida.

26 julho 2007

Lavando a roupa

Lavamos roupa pela primeira vez desde que estamos aqui. Foi uma experiência nova para mim usar essas máquinas que funcionam com moedinha. Fiquei morrendo de medo que a roupa encolhesse mas parece estar tudo normal, exceto que ela saiu tão suja quanto entrou.
Como não conheço marca de nada acabei comprando um sabão "em pó" líquido chamado Purex, mas creio que ele sairá da minha lista de compras. Quanto ao amaciante....esse eu esqueci de comprar!

Tivemos nosso pedido de cartões de crédito aprovado pelo banco hoje. Na próxima semana já poderemos começar a construir nosso histórico de crédito aqui na terrinha.

Também fomos ao Prelude tentar negociar um apartamento que só vai ficar vago em primeiro de setembro. Ele é quase nosso mas para isso deveremos provar que temos um determinado valor em dinheiro. Como a maior parte ficou no Brasil (não conseguimos trocar tudo em dólares antes da viagem) tivemos que pedir aos nossos bancos que nos enviem um "atestado de idoneidade" constando todo o montante que possuímos aqui e no Brasil.

Estamos aceitando sugestões de hotéis ou B&B baratos e com internet porque não vai dar para ficar tanto tempo assim aqui no flat, principalmente porque ainda não temos emprego.

Entramos (finalmente) com o pedido do SIN. Fomos informados de que deveríamos ter recebido o formulário no landing mas como só nos deram um formulário para PR Card achamos que seriam solicitados juntos. O que importa é que já temos nosso SIN e poderemos procurar emprego a partir de agora.
Para aplicar para o SIN basta ir a qualquer Service Canada Centre. Você preenche um formulário e passa por uma entrevista única e exclusivamente para confirmar seus dados. A senhora que me entrevistou foi muito boazinha me dando dicas de emprego e um pouco de ânimo para não achar que todas as dificuldades deste início são o fim do mundo.

Vamos procurar ajuda do governo, claro, como o NOW ou o COSTI, mas não custa nada mandar uns currículos só para sentir o mercado. Digo isso no caso do Pedro que trabalha com Java. O mercado está aquecido e quem sabe o contratem sem exigir a tal experiência canadense? Bom, não temos nada a perder, se pintar um emprego será ótimo, mas se precisarmos passar pelo NOW antes no problem!

25 julho 2007

Eu acho que vi um esquilinho

Uma das minhas maiores curiosidades enquanto estava no Brasil era ver um esquilinho de perto e isso foi possível nesta semana. Fiquei impressionada com o tamanho deles, cabem na palma da mão e eu sempre achei que fossem do tamanho de um gato!

A foto não ficou boa porque eles são muito ariscos e quando você mira para fotografar eles já estão longe! Aqui na minha rua está cheio de esquilinhos iguais ao da foto, não são fofos?

Hoje fizemos um tour com a Helena (uma brasileira que já está em Toronto há 12 anos) pelo bairro português (que eu não sei exatamente onde começa e onde termina). Vimos muitas lojas com placas em português e muita gente falando o português de Portugal, ora pois!

Também demos uma passadinha pelo Duffering Mall para conhecer o tão falado No Frills. Adorei os dois! Primeiro porque o Eaton Centre não é um shopping propriamente dito, mas uma galeria gigantesca com um aglomerado de lojas e o Rabba é só um mercadinho de bairro, não um supermercado de verdade. No Duffering tem um Wal-Mart também.

Voltando a downtown fomos ver um apartamento na 50 Alexander, indicação da Alexandra. É um conjunto de predinhos que parecem bem acolhedores mas, infelizmente, só tem vaga para outrubro. Aliás, aqui pela região os apartamentos só começarão a vagar a partir de setembro (não me perguntem por quê!).

Quero agradecer a todos que têm deixado comentários e me mandado e-mails com dicas, telefones e endereços para nos ajudar nessa busca que parece interminável: Gean, Dani, Luly, Andrea, Camila, Alexandra e todos aqueles que estão torcendo por nós.

Espero em breve poder dar boas notícias a todos!

Enquanto não encontrarmos um cantinho para morar esses dois continuarão sozinhos e abandonados em um hotelzinho lá em SP. Não vejo a hora de trazê-los para cá. Quem tem animalzinho de estimação sabe como é duro ficar longe dessas praguinhas.

E pra terminar, uma loja que nos chamou a atenção em nosso passeio vespertino pela Yonge St:



24 julho 2007

Abrindo uma conta no banco

O dia de ontem foi praticamente dedicado à busca por celulares e à abertura de uma conta no banco.
Fomos primeiro ao Scotiabank já sabendo que não seria fácil fazer negócio por lá. A princípio, ficamos impressionados com um cartaz na entrada dizendo que podíamos ser atendidos em vários idiomas, inclusive Português! A moça que nos atendeu foi simpática mas descartou qualquer possibilidade de abrirmos conta lá sem termos um endereço fixo.
Chegando em casa li no folheto que ela nos deu que a falta de um endereço não te impede de abrir uma conta. Bom, pior pro banco que deixou de ganhar 2 clientes que vieram com um pouquinho de dinheiro pra deixar pra eles.

Em seguida fomos ao TD Canada Trust, que é uma espécie de Bradesco porque tem em qualquer esquina.
Quem nos atendeu gentilmente (até demais, hehehe) foi o Daniel. Deu-nos até dicas sobre operadoras de celular e nos ensinou a andar de metrô. Um amor de pessoa!
Havia outros funcionários no banco que me pareceram educados demais, assim como o Daniel. Pouco tempo depois descobrimos o motivo: estávamos em Gay Village! (rsrsrsrsrs) Na rua da agência vimos um monte de bandeiras do arco-íris, e dentro da agência também. Eles devem estar preparados para atender a esse público "seleto".
Foi por isso que tive a impressão de ter tanto homossexual por aqui, estamos no bairro deles!
Isso é muito bom porque os gays são sempre mais atenciosos, gentis e educados que os ditos "machões".

Já nos tornamos fregueses do Eaton Centre porque vamos lá todos os dias. Ontem fizemos uma pesquisa sobre as 3 operadoras que o Daniel recomendou: Bell, Telus e a Rogers.
Todas oferecem planos muito parecidos mas te amarram num contrato de 3 anos.
Hoje voltamos lá e acabamos optando por uma espécie de suboperadora da Bell chamada Solo Mobile, que torna as coisas mais acessíveis para pobres imigrantes como nós, já que não nos amarra a contrato nenhum (depois ficamos sabendo que a Rogers tem uma suboperadora parecida, a Fido Solutions, mas nem fomos atrás para evitar qualquer arrependimento, pois já tínhamos assinado com a Solo).
Como não temos histórico de crédito fomos obrigados a deixar um depósito por 6 meses e se pagarmos todas as contas em dia teremos o valor de volta no final desse período.

Seguimos para North York para procurar apartamento e solicitar o SIN.
Descemos na estação Sheppard do metrô e andamos pela Yonge Street até o número 4900.
O cara que nos atendeu parecia que tinha cheirado todas, não sabia responder uma única pergunta.
O formulário do SIN exigia um endereço mas como não tínhamos o CEP resolvemos voltar para casa e enviar o formulário via internet mesmo.

Depois fomos até o prédio da Dani mas a moça da administradora nos informou que só teria apartamento disponível para 01 de setembro. No way!
Elas nos enviou então para uma administradora no centro, a Jazz Residences on Church.
O apartamento é até bem cuidado mas caro para o tamanho e localização, fica em frente a uma igreja cheia de mendigos.
Além do mais, nos exigiram um fiador além do primeiro e último mês de aluguel. Como me disseram que essa prática de fiador é ilegal eu fiquei p* da vida com o cara e resolvi continuar minha busca.
Já fiz alguns contatos e vamos ver o que amanhã nos reserva.

Quem souber de alguém que queira alugar um apartamento de 1 dormitório para um casal de imigrantes idôneo, pobre mas limpinho, por favor ente em contato conosco!


Estas bandeiras coloridas do "orgulho gay"estão espalhadas por várias ruas aqui na região e nas mesas do banco em que abrimos conta.

23 julho 2007

Toronto: First Day

Este post deveria ter sido escrito ontem mas devido ao cansaço ficou para hoje.
Comecemos pelo dia 21, data de nosso embarque:

A Nena e o Ronaldo (irmã e cunhado do Pedro) juntamente com meus pais nos levaram ao aeroporto. Nosso vôo estava marcado para as 21h30 mas chegamos às 17hs para não ter correria, mas foi em vão.
Como o check-in só começaria às 18h30 fomos procurar a Polícia Federal para declarar o notebook e a câmera fotográfica. Isso foi fácil, Terminal 1 Asa B, depois do Mc Donald's. Deveríamos declarar a quantia em dinheiro lá também mas o tiozinho bigodudo jurou de pé junto que era no térreo. Procuramos muito esse lugar que ele falou mas não encontramos. Perguntamos a várias pessoas e elas sempre nos mandavam ao mesmo local, ou seja, onde declaramos o note.
Às 8 da noite, depois de horas correndo para lá e para cá feito barata tonta meu pai nos ligou dizendo que deveríamos ir no desembarque internacional do Terminal 2 e bater na porta. Lá seríamos encaminhados a um fiscal para declararmos os valores.
Novamente demos com a porta na cara porque o guardinha disse que só tinha um agente e que ia ser difícil e etc. Nos mandou para o desembarque no Terminal 1.
Bati na porta já com aquela cara de "me ajuda pelamordedeus" mas o guardinha já foi me mandando de volta pro tiozinho do bigode. Discutimos até que ele resolveu nos encaminhar até um agente federal que confirmou que era o bigodudo quem deveria fazer nossa declaração. Paciência!
Felizmente pegamos um agente de boa vontade que em 5 minutos fez a declaração e nos liberou. A essa altura eu já achei que seria presa como o casal da Renascer por entrar com dinheiro não declarado no Canadá!

Bom, fomos correndo para a fila de embarque que estava pra lá de grande, mas conseguimos entrar sem problemas.
Achei curioso que ninguém abriu nossa bagagem para ver se tínhamos líquidos ou qualquer outro tipo de substância. Nossa bagagem de mão também não foi pesada.
Segundo o site da Air Canada eu vi que poderíamos levar 2 bagagens de mão: uma com 23kg e outra com 10kg, mas chegando no check-in o valor correto era de 10kg.

Ao contrário do que pensávamos, acabamos não precisando levar excesso e algumas malas nem atingiram 32kg, apesar de quase não fecharem devido ao volume.

Às 21hs em ponto o embarque teve início e fomos decolar por volta das 22hs.
O vôo foi tranquilo mas detestei a comida. Achei que a batata servida tinha gosto de terra e a panqueca de queijo que comi no café da manhã me deixou com o estômago embrulhado. A outra opção era omelete (urgh) mas eu não como ovo!

Saindo do avião nos mandaram para uma fila para entregar um formulário que recebemos durante o vôo. Até que não demorou. Depois fomos para uma outra fila, esta sim bem grande, mas logo um guarda perguntou quem era imigrante, deu-nos uma senha e nos mandou para uma sala com várias cadeiras. Começou a longa espera.
Nisso acabei conhecendo o Marcelo, que é imigrante como nós e veio no mesmo vôo com sua esposa e dois filhinhos "endiabrados".
Depois de 45 minutos de espera resolveram chamar o número 10. Ôba, era nossa vez.
O rapaz novinho que nos atendeu parecia ser indiano e foi muito simpático.
Entregamos aquele formulário comprido que o consulado envia para nossa casa antes dos passaportes e fiquei aguardando ele me pedir o "Goods to follow" mas acabei voltando com ele intacto dentro da bolsa.

Livres da burocracia fomos pegar as malas. Fiquei furiosa porque uma delas estava com um buraco numa ponta. Na primeira viagem da coitada ela já chega estropiada.
Sugiro que vocês comprem malas resistentes, do contrário, correm o risco de encontrá-las aos pedaços na esteira.
Vejam como a coitadinha ficou:

Logo na porta de saída do desembarque encontramos mais um indiano oferecendo táxi. Pegamos uma van e em meia hora estávamos no hotel.
Achei o preço salgado, ele nos cobrou $55 pela viagem e $25 por causa das malas ou pela gorjeta, não entendi direito o que ele falou. Reclamei do preço mas não teve negociação.

No final da manhã resolvemos andar pela Yonge Street para procurar um local para almoçarmos. Fquei impressionada com a quantidade de restaurantes com comida chinesa, tailandesa, japonesa, enfim, comida asiática como eles chamam.
Achei tudo muito feio e gorduroso, não tive vontade de entrar em nenhum, então acabamos no velho e conhecido Burger King.

Continuamos andando pela Yonge e encontramos o Eaton Centre, uma espécie de galeria com várias lojas cheias de coisas feias (risos).

Na volta para casa resolvemos passar no mercadinho que tem aqui na nossa rua, o Rabba. Fiquei impressionada com o preço das coisas, como comida é barata! Claro que tem aqueles produtos mais caros como carne e azeite, mas em geral as coisas têm preços bem acessíveis. Prova disso é um saco de salada pronta que sai por $1,99 enquanto o mesmo tipo de produto custa pelo menos R$7,00 no Brasil. AMEI!

Quais as coisas que nos chamaram a atenção nesse primeiro dia?

sapatos masculinos: que horror, um pior que o outro! Tem de todos os formatos e de todas as cores para os piores gostos. Vi um que parecia um arco-íris de tão colorido! Os sapatos femininos também vão pela mesma linha.

"BRA": gigantes! Não terei dificuldades em encontrar meu número, hehehehe

biquínis: calcinhas enormes na parte de trás, algumas pareciam até calções masculinos. O curioso é que os biquínis mais "ousados", ou seja, mais parecidos com os brasileiros só estão disponíveis em vitrines de sex shops! Depois dessa, vai saber o que pensam de nós brasileiras e nosso biquínis "escandalosos" para os padrões deles...

saias: curtíssimas para todas as idades, nem em cidades litorâneas do Brasil eu vi saias tão curtas em grande quantidade.

carros X pedestres: os motoristas devem nos achar idiotas porque estamos sempre parando para deixá-los passar e aí ambos empacam porque aqui quem tem que parar é o carro.

gay city: eu já lera alguma coisa a respeito mas por aqui tem muito mais homossexuais do que eu imaginava. Como no Brasil, claro que eles são os mais arrumados e mais bonitos. Quem é homem mesmo se veste de qualquer jeito, de chinelo, calça suja e camiseta amassada.

fauna: aqui tem gente de todo tipo. A coisa mais esquisita foi um senhor com uma barba enorme dividida no meio e com as pontas viradas para cima como se fosse um bigodinho. Pra completar o visual um turbante na cabeça.

unhas azuis: que mania é essa das mulheres pintarem as unhas dos pés de azul e calçar um chinelo para mostrá-las???? Que mau gosto!

cueca fio dental: essa eu nem ia comentar mas não me contive. Vimos isso na Sears e ficamos chocados. Nunca soube que isso existia. Deve ser bem incômodo, mas gosto é gosto. Quem estiver em Toronto pode dar uma passadinha por lá pra conferir (e até comprar uma, quem sabe).

E por último a fatídica pergunta: "estão gostando?"
SIM!!!!!

Passada a crise existencial dos primeiros minutos (meu Deus, o que foi que eu fiz?) adoramos a cidade e não vemos a hora de termos um cantinho pra morar e um trabalho pra nos sustentar, mas isso é assunto para outro post porque esse já tá grande demais!

16 julho 2007

Missão Impossível: dólar canadense

Em breve esta que vos escreve vai postar de dentro de alguma casa de saúde mental. Sim, os últimos dias antes do embarque são de enlouquecer até o mais são dos seres humanos

Desde quinta-feira o Pedro e eu estamos estamos à procura de um tesouro: dólares canadenses!
Entramos no site da American Express e pegamos endereços de vários bancos que, segundo o site, possuíam nosso tesouro. E assim visitamos: Safra, Banco do Brasil, Bradesco, Real e Itaú. NENHUM deles tinha o que queríamos. Bom, no Itaú "tem mas acabou". Isso mesmo, nosso dinheirinho só estaria disponível em 5 dias úteis se fosse solicitado via internet. Como nossa viagem é no sábado, nada feito!

Também fomos a um posto de câmbio da AMEX na Haddock Lobo mas eu já havia sido informada por telefone que lá não tinha mais nenhum dolarzinho.

Enviei um e-mail ao consulado, que foi prontamente respondido pela Maria João:

"É difícil achar dólares canadenses no Brasil, será melhor a senhora levar americanos."

Como é que é???? Desde que comecei o processo de imigração só ouço pessoas dizendo que foram ou vão ao Canadá, então como é que pode ser tão difícil assim achar a dita moeda?

Pra resumir, a telefonista do aeroporto "Cumplica", também conhecido como Cumbica, me passou erroneamente para uma santa do banco Safra que me encaminhou para o cambista. Consegui reservar 5 mil doletas pra mim e 5 mil pro Pedro para pegarmos antes de embarcar. Ainda ficaram faltando 2 mil, pois sem os 12 mil exigidos pelo processo a imigração canadense iria nos deportar ao chegarmos em Toronto! rsrsrs

Pela milésima vez liguei para a AMEX e consegui pegar uma atendente boazinha e de boa vontade, porque até então todas haviam falado que eu só poderia reservar o dinheiro quando eles tivessem em caixa, o que talvez ocorresse na próxima segunda. Chorei muito pra moça até que ela conseguiu reservar o valor que eu queria. Vamos pegar nosso tesouro na sexta-feira.

Ah, uma dica para quem for comprar os Travelers pela AMEX: NÃO diga que você está imigrando, diga que vai a Turismo senão você não consegue nada.
Da primeira vez que liguei me disseram que não vendiam dólares para imigrantes. Desliguei o telefone e falei com outra atendente, heheheh
E não deixe para a última semana como nós. Vá com umas 3 semanas de antecedência para não ter nenhuma surpresa desagradável.

É isso aí! Provavelmente este seja o último post antes de embarcarmos porque amanhã começaremos a tirar as coisas do apartamento e não teremos mais internet.
Assim que chegarmos à terrinha gelada daremos notícias!
Take care.


08 julho 2007

Tenho medo do aviãozinho do meu blog

Faz tempo que não passo por aqui mas isso tem uma explicação: eu tenho medo desse aviãozinho de contagem regressiva que tem aí do lado direito. É verdade, não riam! E não sou a única porque o Pedro também morre de medo quando vê que cada vez tem menos dias lá.

Bom, passamos a semana na casa dos meus pais no Paraná e fomos com o carro lotado de caixas (90% livros) com algumas coisas que levarei aos poucos para o Canadá.
Já deu pra ter uma idéia do berreiro que eu vou abrir lá no aeroporto. Na hora de voltar para São Paulo deu um aperto no coração, uma vontade de colocar meus pais no bolso e levá-los comigo.

A próxima semana é a última aqui no apartamento e a partir de sábado seremos homeless.
Ainda falta comunicar à Sysbrac que ela foi eleita para levar os cachorros a Toronto pela Air Cargo.
Deixaremos mais para o fim da semana o desligamento de telefone, internet, luz e gás.
Aliás, alguém sabe se é possível tirar o meu nome da conta de luz mas manter o fornecimento de energia, né? Acho que não, afinal quem vai pagar as futuras contas? E depois, o apartamento ainda precisa ser pintado para entregar à imobiliária.
Quem souber de um lugar baratinho para comprar tinta aqui em SP me dê um toque porque eu não entendo absolutamente nada de material de reforma/construção.

02 julho 2007

Pet Terrorista e Traficante

O atentado de 11 de setembro de 2001 marcou uma nova era na forma como os EUA comandam o mundo: através da política do medo.
Já ouvi falar de tráfico de crianças, de mulheres e de animais silvestres mas de cachorros traficantes e terroristas é a primeira vez.
Sim, foi isso mesmo que você ouviu! Este é o real motivo da proibição de animais em aviões da Air Canada, British Airlines e posteriormente nas companias aéreas americanas.
Este não foi um boato que ouvi, mas sim uma conversa entre uma agente de transporte de carga viva - Sysbrac - que me colocou ao viva voz com um funcionário da Air Canada.
Mais uma vez eu tentei entender por que depois de tudo confirmado meus cachorros não poderão embarcar comigo.
A Air Canada diz que vai "honrar" sua palavra e permitir que todos que compraram passagem até 30 de junho possam embarcar com pets, mas o buraco é mais embaixo.
Segundo este mesmo funcionário com que falei os pets só poderão embarcar ATÉ 14 de julho. Ou seja, a partir do dia 15 mais nenhum animal embarcará em aeronaves canadenses, daí todas as mocinhas com quem falei no setor de reservas insistirem tanto que mesmo com a reserva confirmada pode ser que eu não conseguisse embarcar com UM dos meus cães no dia 21.

Mas peraí! Até onde foi publicado esta política é válida somente para vôos domésticos dentro do Canadá e somente será válida para vôos internacionais quando for deferida pela Canadian Transportation Agency.
Pois é,manda quem pode, obedece quem tem juízo.