25 setembro 2008

Toronto Humane Society

No sábado fomos até o THS para conhecer o local. Logo na entrada ficamos impressionados com as toneldas de ração em estoque e as pilhas de itens diversos para doação (caminhas, roupinhas, brinquedos, coleiras, etc).

Começamos a visita por minha ala predileta: a dos cachorros. A imagem é um pouco triste porque você tem a impressão de estar em uma penitenciária (embora eu nunca tenha entrado em uma).

Cada cãozinho tem uma caminha de metal com cobertor e seu potinho de água e ração, mas o olhar de desalento que eles lançam é de cortar o coração. Aliás, cachorro e especialista em fazer cara de coitadinho, não é mesmo?

Eu até quis ficar mais tempo para poder olhar um por um mas falta gente para fazer todo o serviço e em muitas “jaulas” tinha cocô, o que tornava o cheiro na sala quase insuportável.

Como havia visto no site que eles precisavam de voluntários para passear os filhotinhos eu me ofereci, mas não foi possível porque eles precisam de voluntários permanentes, e essas pessoas recebem treinamento especial para a função. Vendo a quantidade de cães de grande porte e agressivos é fácil entender esta regra.

Passamos para a ala de animais silvestres e tinha tanto bicho cujos nomes não conheço nem em Português. O que me chamou a atenção foram os filhotes de esquilinhos, que geralmente são socorridos ao caírem das árvores.

O Centro tinha necessidade de voluntários na parte de pequenos animais naquele dia, e lá fomos nós com a Cinthia e o Daniel cuidar dos coelhinhos, hamsters, porquinhos da índia, chinchilas e outros.

A Cinthia costuma comprar uns sacões de cenoura para fazer a alegria da bicharada e é muito divertido distribuir os treats e ver que todos estão comendo com gosto.

Como nem tudo são flores, chegou a hora da limpeza. A sala é até limpinha mas algumas das gaiolas e “chiqueirinhos” estava bem sujos e você simplesmente não consegue ver os bichinhos naquele estado e não fazer nada por eles. Um outro casal tambem foi conosco (a Patricia e o marido) então em 6 pessoas conseguimos agilizar o serviço e deixar a bicharada com a casa limpa.

Faziamos de tudo um pouco e ver a dedicação da Cinthia e do Daniel foi comovente. Ela penteou e cortou as unhas dos coelhinhos e eles ficaram quietinhos no colo dela. Estou pensando seriamente em contratá-la para ser a “ manicure” dos meus cachorros, ja que sou totalmente incompetente neste assunto.

O Daniel tinha quase um carinho de “pai” com os bichinhos e me ajudou a pegar alguns no colo para fazer um afago porque eles também precisam de amor.

Depois de tudo limpo fomos conhecer a ala dos gatinhos, que tem uma area especial so para eles com musica ambiente e brinquedinhos.

As horas que passamos lá simplesmente voaram. Saimos exaustos mas valeu a pena, foi muito gratificante sentir que você fez alguma coisa por aqueles bichinhos abandonados. Na verdade, dá vontade de pegar todos e levar para casa mas como nem sempre querer é poder, torcemos para que eles sejam adotados o mais rápido possível.

Aliás, você já pensou em ter um bichinho de estimação? Antes de comprar um dê uma passadinha lá no THS e talvez você até volte para casa com um novo amigo.

22 setembro 2008

Os bárbaros na Revista da Folha


A Revista da Folha acabou nos descobrindo aqui no congelador. A matéria saiu ontem junto com o jornal Folha de São Paulo.
Para ler a reportagem basta clicar nas imagens ou aqui.
A matéria é da Ivy Farias e nossos amigos do Icebloggus e Da Terra da Garoa... também deram as caras.


19 setembro 2008

Enquanto o visto não chega

Enquanto você está naquela ansiedade desesperada pelo pedido de documentos, depois o de exames médicos, e finalmente o pedido de passaportes tem muita coisa a ser feita e as palavras chaves para isso são pesquisar e organizar. Mas como?

A partir do momento que você começa a pensar em imigração o site do CIC vira seu "site de cabeceira" e o garimpo em busca de informações na internet vira rotina na sua vida.

Outros dois sites obrigatórios são os do meu amigo Gean: Vou pro Canadá e How to live in Canada. Antes de enviar qualquer e-mail para ele com alguma dúvida faça uma pesquisa nos sites que ele mantém porque é quase certeza que a resposta que você procura está lá.

O orkut, facebook e outros sites de relacionamento também são uma boa fonte de pesquisa, mas como tudo na internet, é preciso filtrar as informações.

Estratégia de pesquisa elaborada, agora é hora de organizar todas as informações que você colheu. Na época eu achei mais fácil colocar tudo em uma planilha do Excel separado por assunto, cada worksheet era um assunto diferente em ordem alfábetica. Depois de um tempo resolvi criar um blog para poder adicionar imagens às informações. Devo ter criado uns 3 blogs diferentes e depois os excluí porque não conseguia deixar como eu queria, mas a planilha ainda existe.

Criei pastas no meu e-mail (uso o Thunderbird) separadas por assunto e guardava todas as mensagens importantes do extindo Canada Immigration. As mensagens também ainda existem.

Os assuntos vão variar de acordo com os interesses de cada um. Como não temos filhos, minha planilha não tem uma worksheet chamada "crianças" ou "escola", mas tem uma chamada "pets".
Com o desenrolar das suas necessidades a lista de assuntos vai ficando cada vez maior. A minha é composta pelos seguintes itens:

Animais
Bagagem
Bancos
Carteira de Motorista
Check List
Dentistas
Documentos
Educação
Emprego
Family Doctor
Gastos com o processo
Habitação
Hotéis
Imóveis
Impostos
Pesos e Medidas
Pet Friendly Hotels
Restaurantes
Saúde
Sites úteis
Traveller Cheques
To Do
Transportadoras

Além de alguns assuntos da planilha, no e-mail criei as seguintes pastas:

Job Contacts
Compras
Declaração de Saída Definitiva
Dia-a-dia
Imigração
Mudança
Telefone celular
Trabalho e Dinheiro

Esta foi a forma que encontrei para conseguir me achar no meio do mar de informações que colhi durante quase 1 ano de pesquisa.
Se você tem alguma idéia melhor, compartilhe conosco para ajudar quem continua perdido.




16 setembro 2008

O que se come em Toronto

Muita gente acha que só de sanduíche vivem os canadenses, mas isso não é verdade. Aqui em Toronto pelo menos, as influências mexicana e indiana são fortes, sem falar da asiática (principalmente chinesa) que domina a cidade. Por causa diversidade cultural é possível encontrar pratos típicos do mundo todo mas nem por isso eu deixo de sentir falta da comidinha lá da "terrinha".

Vou tentar apresentar alguns pratos mais comuns que encontramos na cidade. É claro que existem muitos outros, nem daria para colocar aqui, portanto, isso é só uma pequena amostra.

Breakfast: o pratinho aí do lado é de um dos meus locais favoritos (Cafe Mirage) e tem bacon, ovo frito, batata frita e torrada. Para enfeitar, morango e kiwi fatiados.
A primeira vez que vi um prato desses fiquei impressionada! Ovos e bacon eu já sabia que faziam parte do cardápio, mas batata frita...
Talvez as fritas fiquem para o fim de semana, mas os ovos e bacon não podem faltar!
Outras opções são: ovo poached, panquecas com maple syrup, burrito, entre outros.

Lunch/Dinner: Shrimp Pasta Alfredo, (Kelsey's) ou macarrão com camarão. É um prato que se encontra em quase todo restaurante, variando apenas o tipo de molho. É incrível como se consome camarão por aqui, seja na salada, na massa ou no sanduíche.

Outros pratos que encontramos na maioria dos lugares são: quesadilla (mexicana), chicken teryaki (japonês?), frango e costela de porco ao molho barbecue com batata frita, assada ou purê (esse é canadense!), noodles (uma espécie de yakissoba que os asiáticos consomem, principalmente os chineses).

Em restaurantes asiáticos é possível encontrar noodles soup (vietnamita). Vem com carne, frango e/ou camarão boiando. Para os mais corajosos tem noodles soup de tripa.

Outros "pratos"que você vai cansar de ver por aqui:

(Chicken) Wrap


New York Sirloin Steak


Chicken Wings (geralmente muuuito apimentada)


Shawarma no pão sírio (o famoso churrasquinho de gato)


Chinese food (para todos os gostos e bolsos. Você vai tropeçar em restaurantes chineses, eles estão por toda parte)


Indian food (curry de todas as cores)


E claro que não podiam faltar os donuts!


13 setembro 2008

Valeu a pena imigrar?

No post anterior falei sobre questões que deveriam ser levadas em consideração antes de se tomar a decisão de imigrar e ponderar se você estaria disposto a enfrentar todos os desafios e dificuldades que apareceriam pela frente.

Desafios enfrentados e dificuldades vencidas, é hora de avaliar se valeu a pena ter imigrado.
Conheço algumas famílias que vieram para cá sem que as duas partes que compõem o casal estivessem de acordo, e isso torna a vida bem difícil, já que um deles pensa em voltar ao Brasil o tempo todo. Há casos, inclusive, de pessoas que se recusam a aprender Inglês. Olha que não estou falando de um caso isolado, isso é mais comum do que pensamos!

Pois bem, quando você imigra uma coisa inevitável é a melhora do seu Inglês. Eu sei, você achava que falava muito bem lá no Brasil, mas chegou aqui e ficou se sentindo um índio falando, não é? Tudo bem, eu me sinto assim até hoje, mas pelo menos sou um índio que fala um pouquinho melhor depois de 1 ano por aqui. A quantidade de expressões que se aprende só pelo fato de estar em um país de língua inglesa é imensa, um considerável enriquecimento em seu vocabulário. Mas tem uma coisa que considero a mais importante neste processo todo e é algo que ninguém pode tirar de você: experiência de vida!

Duvido que a experiência que um morador de Toronto tem aqui possa ser equiparada à experiência de um morador de qualquer outra cidade no mundo por causa da riqueza multi-cultural. Sei que o multi-culturalismo é uma das bandeiras que mais vemos mas só quem vive esta realidade consegue entender o que isso significa.

Você vai acabar aprimorando seus conhecimentos de Geografia e História mesmo que não queira porque sempre vai encontrar pessoas de todas as partes do planeta, algumas até de países dos quais nunca ouviu falar.

Também vai aprender um pouco sobre religião porque apesar de não ser um assunto comum no ambiente de trabalho ela está presente na vida das pessoas e algumas coisas simplesmente não há como esconder: o fato dos indianos não comerem carne de vaca ou dos muçulmanos não comerem carne de porco e jejuarem em determinado período do ano, por exemplo. Uma hora ou outra você vai acabar conversando com essas pessoas sobre estes temas e vai aprender muita coisa sobre ele.

Seus valores mudam (acredito que para melhor) bem como a forma com que você via seu país. Acho que você fica muito mais crítico porque agora consegue ver a situação de um outro ângulo , o que te deixa muito mais chateado com os rumos do Brasil e muito mais certo de ter tomado a melhor das decisões ao deixá-lo.

Todas estas são coisas que você "ganha" ao imigrar simplesmente pelo fato de se relacionar com pessoas diferentes em um país que não o seu, são parte do "pacote". As outras coisas acabam vindo como consequência daquilo porque você lutou e nada melhor do que a qualidade de vida.

Quando falo de qualidade de vida não me refiro somente à segurança ou educação, mas ao próprio fato de morar em uma cidade infinitamente menor que São Paulo (no nosso caso) nos proporciona uma vida mais tranquila, com menos filas e stress (não que eles não existam).

Para nós imigrar valeu a pena sim e continua valendo, senão já estaríamos de volta à terrinha. Mas acho que mesmo para aqueles que tiveram uma experiência negativa acredito que o fato de terem vivido aqui lhes trouxe um aprendizado para a vida inteira. É impossível você deixar seu país, conhecer algo diferente e voltar com os mesmos conceitos.

10 setembro 2008

Vale a pena imigrar?

Muita gente me escreve perguntando se vale à pena imigrar e eu costumo dizer que não existe resposta para esta pergunta porque há tantos fatores envolvidos que o que acaba contando é a experiência pessoal de cada um.

João é casado, tem 3 filhos, bom salário e acaba de comprar um SUV que satisfaz suas exigências em relacão a um carro: ele pode pagar o financiamento, o carro é espaçoso para a familia que viaja muito e a marca que comprou não costuma dar problemas com manutencão.

José é recém-casado, não tem filhos e não costuma viajar de carro. Ele optou por um modelo compacto porque não tem muita necessidade de espaço. Além do mais, ele e a esposa são muito jovens, com o salário que têm seria difícil manter um carro grande, portanto a compra de um carro mais barato e econômico caberia melhor no orçamento deles. Aí vem a pergunta: vale a pena ter um SUV?

Como você viu, há muitos fatores a serem ponderados, além dos aqui citados. O que é adequado para uns pode não ser para outros, por isso sugiro que você conheça as experiências de outros e coloque-se no lugar deles. Você estaria disposto a passar pelo mesmo e a abrir mão de muitas coisas e pessoas que hoje são fundamentais na sua vida? Há outras questões a serem feitas e respondidas. Por exemplo, você estaria disposto a:
  • abrir mão do conforto e da segurança material que tem hoje?
  • ficar longe da família e amigos?
  • aceitar mais "não" do que "sim"?
  • enfrentar um inverno longo e rigoroso?
  • adaptar-se a culturas diferentes e respeitar essas diferenças, por mais que elas lhe incomodem?
  • ser forte para superar os inúmeros obstáculos que aparecerão?
  • ter paciência e perseverança para conseguir um novo emprego onde muitas vezes sua experiência anterior será negligenciada?
  • dar 2 passos para trás em sua carreria para dar 1 adiante?
Enfim, será que você está disposto a começar tudo de novo com novas regras que você ainda não conhece? Você terá que reaprender a dirigir, a ir ao supermercado, ao médico, a lidar com a escola e os novos amiguinhos dos seus filhos, etc. É um novo mundo a ser descoberto e as possiblidades são infinitas, mas o preço é alto. Você esta disposto a pagá-lo?

Lembre-se que se sua resposta for "sim" você deverá estar preparado tanto para o sucesso quanto para o fracasso. Você não poderá vencer sempre, algumas batalhas serão perdidas e só cabe a você decidir se vai entregar os pontos ou lutar pela vitória.

Este é só o início de seu questionamento. Perguntas muito mais profundas e complexas surgirão no decorrer da sua avaliação.
Pense nisso.

08 setembro 2008

O Canadá te fez bem?


Tenho mania de constantemente reavaliar minha vida, olhar para o passado e ver o que vou fazer com o futuro.
Apesar do feriado prolongado ter sido meio corrido por conta de (tentar) colocar tudo em ordem em casa, tive um tempinho para refletir e constatar que minhas idas ao médico são muito raras desde que cheguei aqui.

No Brasil eu vivia doente, pegava resfriados direto e minha imunidade estava sempre baixa. Há 1 ano estou aqui e nunca peguei um resfriado, mesmo com todo aquele frio do ano passado. Sinto-me mais disposta para o dia-a-dia e faço planos para o fim de semana.

O Canadá é o responsável por esta mudança? Em parte eu diria que sim porque meu nível de stress não está mais nas alturas, não tenho medo de andar na rua ou de ser assaltada no transporte público. Hoje moramos em um apartamento térreo com saída para a rua e a porta da sala fica constantemente aberta. Minha única preocupação é que os cachorros fujam.

Antes de vir para cá eu sentia medo o tempo todo, não respeitava os limites de velocidade ou semáforos vermelhos durante à noite, evitava até sair. Durante o verão derretia dentro do carro, que não tinha ar condicionado, porque tinha medo de abrir a janela e ser assaltada, como ja ocorrera outras vezes.

Por muito tempo tentei mudar de emprego mas não consegui encontrar nenhuma oportunidade que valesse à pena, portanto, o trabalho era outro ponto de stress. Trabalhar em algo que você não gosta com pessoas que você gosta menos ainda fazem da sua vida um martírio constante.

Estou no meu terceiro emprego no Canadá e não tenho muitas queixas. Elas sempre existem claro, porque nada é perfeito, mas o clima de respeito que sempre existiu em todos eles me faz sentir confortável e, felizmente, meus colegas de trabalho são legais.

Toronto é uma cidade pequena se comparada a São Paulo e muitas vezes você tem a impressão de estar vivendo em uma cidadezinha de interior mesmo, pelo menos aqui em North York onde muitos estabelecimentos comerciais não ficam abertos até mais tarde. Várias vezes cheguei ao restaurante às 9 ou 10 da noite e me deparei com as portas fechadas.

Acho que no fundo era isso que eu queria: uma cidade pequena com cara de cidade grande, mas nem por isso deixo de sentir falta de São Paulo, que apesar de todas as suas malezas ainda continua no meu coração.

01 setembro 2008

Primeiras Impressões sobre Toronto

Você se lembra quais foram suas primeiras impressões sobre Toronto? Lembro-me que em minha primeira semana por aqui essas foram as frases que mais me marcaram:

1) Os prédios são tao parecidos, todos quadrados (no caminho do aeroporto para Toronto)

2) Quanta gente na rua! Quanto japonês! (“Nao é japonês, é chinês!” O Pedro me corrigindo)

3) Quanto verde, que ruas lindas! (sobre as ruas próximas ao nosso flat, na Isabella St., em Downtown)

4) Será que só tem fritura e comida gordurosa por aqui? (sobre os inúmeros “restaurantezinhos” existentes na Yonge St. em Downtown; a maioria eram asiáticos)

5) Que frutas lindas e grandes! (a primeira vez em que entrei no Rabba e dei de cara com morangos suculentos e uma infinidade de berries)

6) Como tem homossexuais em Toronto! (eu ainda não sabia que estávamos hospedados em Gay Village)

7) Ninguém fala Inglês nessa terra? (espantada por ouvir de tudo no metrô, menos Inglês)

8) Como o metrô é sujo (quem mora aqui sabe que as pessoas deixam copos de café e principalmente jornais espalhados no chão dos trens do metrô)

9) Como faz calor nessa cidade! (chegamos no meio de um verão escaldante)

10) Acho que vou gostar de viver aqui (foi amor à primeira vista pela cidade)

E você? Quais foram suas primeiras impressões sobre Toronto (ou outra cidade do Canadá)? Será que você ainda se lembra?