27 fevereiro 2008

Cuidado para não se "congelar"


Nesta semana tivemos um alerta para uma tempestade de neve que acabou não vindo e com isso as temperaturas despencaram drasticamente para quase -30°C (wind chill).

Até segunda ordem, Toronto está sob um Extreme Cold Alert. Isso significa que você deve ter cuidado ao andar na rua para não se congelar (literalmente).

Existem duas coisas que devem ser evitadas:

Frostbite que é o congelamento de parte do corpo ou da pele. O tecido é danificado e você pode até perder aquela parte que congelou. Na média, a pele de uma pessoa começa a congelar após 10 minutos de exposição ao frio intenso.

Você sabe que está "congelando" quando sua pele fica esbranquiçada, com aparência de "cêra" e dura ao toque. Algumas vezes também sente-se dor no local afetado.

Se isso ocorrer tente aquecer lentamente a parte afetada com o próprio calor do corpo ou água morna, mas cuidado para não se queimar porque sua pele estará com pouca sensibilidade.

Frostnip: digamos que seja um congelamento menos severo que Frostbite. Apenas a pele é atingida e ela fica com uma aparência esbranquiçada ou amarelada mas não endurece. Você poderá sentir a pele coçando ou queimando. Caso isso ocorra procure não coçar a área para não causar maiores danos.

Assim como na Frostbite, aqueça a pele lentamente com água morna ou até ar do aquecedor. A situação é revertida quando você sai do frio e vai para um local quentinho.

Uma colega deixou uma garrafinha de água no carro durante o trajeto para o trabalho hoje. Ao chegar na empresa a água estava completamente congelada.
Outro dia esqueçaram um copo com café do lado de fora. Virou picolé!

Sei que esse post ficou meio mórbido e eu mesma nunca vi alguém passar por essa situação de "congelamento", mas de qualquer forma é preciso ter cuidado. Para se ter uma idéia, mesmo com temperaturas negativas próximas a 0°C eu já deixo de sentir meu nariz, bochechas e queixo; eles ficam com uma sensação de dormência.

A previsão para março não é muito animadora mas pelo menos só vamos aguentar esse frio de cão por mais 1 mês!

20 fevereiro 2008

Os foras que a gente dá

Quando não se tem domínio de um idioma é muito comum que você troque gato por lebre e diga coisas sem sentido. Vejam que confusão!

Em espanhol: oficina, taller, cubiertos;
que em português significam: escritório, oficina e talheres.

Uma vez chamaram meu amigo de pintudo e ele ficou todo sem graça, mas como eu já sabia o que era expliquei que não tinha nada demais, só estavam dizendo que ele era bonito, tinha muita pinta. Outro falso cognato para bonito (que na verdade é uma gíria em espanhol) é churro, aquele canudinho frito que a gente recheia com doce de leite. E se alguém te disser que está embarazada na verdade está grávida.

Pois é, o inglês também tem dessas pegadinhas e mesmo conhecendo a palavra ou expressão a gente acaba falando umas coisas que dá até vergonha de lembrar depois.

Nesta semana eu estava comentando como estava feliz por não precisar mais de legenda para assistir LOST e acabei saindo com um legend no meio da frase. Automaticamente a pessoa me perguntou "closed caption?", que acabei associando com tecla SAP. Fiz a maior confusão e fiquei com aquela sensação de "ih, falei besteira".
Horas depois, já em casa, finalmente me toquei do absurdo que falei e lembrei que eu deveria ter falado "subtitles". Já pensou assistir LOST sem "lendas?
Que mico!

18 fevereiro 2008

Linha vermelha do metrô de SP é a mais lotada do mundo


A linha vermelha do metrô de São Paulo é a mais lotada do mundo. A linha faz a ligação entre as zonas oeste e leste da capital paulista (clique aqui para ver o vídeo).

No ano de 2007, o trecho leste - oeste recebeu, a cada quilômetro, quase 13 milhões de passageiros. Entrar em um dos vagões da linha vermelha na hora do pico, seja pela manhã ou à tarde, é um verdadeiro desafio para qualquer passageiro.

A reportagem do Conversa Afiada percorreu alguns trechos da linha vermelha. Entre 18h e 19h a Estação da Sé, que integra as linhas azul e vermelha fica lotada. Nas plataformas de embarque os passageiros disputam espaço para entrar em um vagão da linha vermelha.

Quem não pode embarcar na primeira Estação, Barra Funda, sabe que fazer a viagem sentado é impossível. E torce mesmo é para dar a sorte de encontrar ao menos um lugar para se segurar e não cair.

O governo do Estado de São Paulo garante que investe na malha metroviária. Na manhã desta terça-feira, durante a inauguração da Estação de trem Leste-USP, o governador José Serra prometeu melhorias.

A linha vermelha do metrô de São Paulo começou a operar em março de 1979. Na época tinha apenas sete quilômetros. Hoje o trecho tem 22 quilômetros de extensão. Atende 18 estações e faz 1.141 viagens por dia.

A linha leste-oeste do metrô da capital paulista é mais cheia que o metrô de Tóquio e o de Hong Kong.

Reportagem reproduzida na íntegra.

Leia também:

17 fevereiro 2008

Enjoy your meal

Quando começamos a frequentar restaurantes aqui notamos uma diferença do atendimento que tínhamos no Brasil. Pra começar que a maioria dos garçons/garçonetes são bem jovens, muitas vezes estudantes que cumprem horários esquisitos para pagar a faculdade.

Sempre fomos muito bem recebidos e atendidos com largos sorrisos. Durante a refeição sempre vinha alguém perguntar "Is everything OK?" seguido de um "Enjoy your meal".

No início achamos que era o atendimento padrão de um determinado restaurante, mas todos que frequentamos seguem este padrão, algo parecido com o que se tem no Outback em São Paulo.
A excessão são os restaurantes chineses mas acho que é porque na grande maioria, os garçons que são também proprietários, não falam ou entendem Inglês. Exemplo disso foi quando almoçamos em um restaurante em Chinatown assim que chegamos a Toronto. Pedimos 2 Sprites e o chinês trouxe 2 Pepsis. Toda vez que falávamos alguma coisa ele balançava a cabeça afirmativamente mas não entendia uma palavra do que estávamos dizendo; foi muito engraçado.

Lá na empresa temos um restaurante ótimo se comparado aos que eu conheci em meus trabalhos anteriores. A parte de grelhados é pilotada por um chinês maluco e um outro senhor que deve ser italiano. Eles estão sempre de alto astral e acabam animando meu dia e de todos que passam por lá.

Os fast foods fogem desse padrão de qualidade e bom humor porque as pessoas parecem fazer questão de demonstrar que odeiam seu trabalho. Isso me lembra muito o péssimo atendimento que sempre tive em qualquer Franz Café em São Paulo.

Paramos de frequentar o Mr. Quiznos do Eaton Centre porque toda vez que íamos lá éramos recebidos com caras feias e gritos se pedíssemos para a pessoa repetir o que havia falado. Meu problema não era de audição mas de compreensão. Muitos imigrantes (chineses e indianos principalmente) falam enrolado e a gente não consegue entender.

Acho que as condições de trabalho influenciam bastante em como você será recebido em determinado estabelecimento - claro que existem suas exceções, pessoas que estão sempre de bem com vida independendte do que lhes aconteça - e se as caras não estão lá muito boas eu suspeito de que o dono não seja lá dos melhores patrões.

No Brasil é bem fácil adivinhar por que não encontramos sorrisos por todo canto. Já pensou viver com um mísero salário mínimo? Não tem bom humor que resista, né?

E aqui vai alguns dos locais que fomos bem atendidos em Toronto:

Oliver Bonacini (lá tem café espresso de verdade e pizza fininha): ele está entre os melhores 50 empregadores mas eu deixei de acreditar nessas pesquisas depois do meu último emprego no Brasil.

Bishop and the Belcher: pub que oferece um bom fondue de queijo com vinho da casa. É bem difícil parar na primeira taça de vinho. Também tem vários jogos para você se divertir com os amigos, inclusive o saudoso "Banco Imobiliário". Estivemos lá ontem com o pessoal do Conexão Toronto e adoramos!

Moxie's Classic Grill: meu cunhado nos convidou para jantar na sexta e como não queríamos ir longe por causa do frio (e do horário) atravessamos a rua para conhecer o restaurante. O Pedro pediu um steak e eu me surpreendi com o sabor porque até então não tinha comido carne gostosa por aqui. Eu resolvi não arriscar e pedi uma massa, não me arrependi. O ambiente também é agradável, bem acolhedor.

O bom desses locais é que são bem perto das estações de metrô, o que é muito bom para aqueles que, assim como nós, ainda resistem à tentação do mundo sobre 4 rodas.

Um dos restaurantes que está na nossa lista é o The Sultan's Tent que a Mirella citou neste post.
Fiz aulas de Dança do Ventre durante 1 ano há muitos anos e como não consigo dançar nadica de nada tenho que me contentar em olhar as dançarinas.

13 fevereiro 2008

Aviso aos navegantes

Sei que tenho andado meio sumida e confesso que não é só por causa do trabalho. Resolvi passar menos tempo em frente ao computador e me dedicar a outras coisas.
Retomei minhas leituras e meu aprendizado auto-didata. Também estou passando mais tempo com o Pedro e com os cachorros, que têm agora um novo treinador que está fazendo milagres.

Apesar de ter trazidos alguns livros em Português tenho lido só em Inglês pra ver se o idioma deslancha.
Um dos meus assuntos prediletos é o papel da mulher na história da humanidade, e isso não tem nada a ver com feminismo, mas como a mulher é e foi vista e tratada pela Igreja ao longo dos séculos. Minha cunhada me emprestou alguns livros que ao contrário de uma abordagem acadêmica, falam do assunto na atualidade:

Female Chauvinist Pigs - Women and the Rise of Raunch Culture, de Ariel Levy. O livro não é nenhuma obra de arte, é até meio boring em algumas partes porque insiste muito no mesmo assunto, mas mesmo assim traz à tona algumas questões interessantes sobre a pornografia e a vulgarização que veio depois da "revolução feminina". Antigamente uma mulher que saísse na capa da Playboy tinha sua carreira arruinada e hoje a Playboy é a porta de entrada para uma "carreira" promissora.

Stardust, do Neil Gaiman e Charles Vess. Como fã incondicional de Sandman, sempre acompanho os trabalhos do Neil Gaiman. Recentemente terminei de ler (em Inglês) o Neverwhere mas nada supera o American Gods.

French - The Easy Way, de Kendris & Kendris. This is a f* boring book que estou usando pra melhorar meu Francês que parou no básico 2 da Aliança Francesa. Por enquanto não melhorou nada porque o método didático desse livro é muito ruim. É aí que me arrependendo de não ter trazido meus livros do Brasil.

E para os navegantes desse blog quero dizer que apesar de não estar deixando comentários nos outros blogs continuo xeretando a vida alheia e lendo os posts daquela minha lista imensa de blogs que visito. Muitas vezes respondo a comentários deixados pra mim via e-mail e se o seu ainda não foi respondido tenha um pouquinho mais de paciência porque ainda tenho algumas dezenas de e-mails não lidos.

12 fevereiro 2008

Você tem Crédito? - Parte II: vida de imigrante

Claro que ainda estou indignada com o fato de não termos nosso crédito aprovado por conta dos vizinhos caloteiros. O assunto acabou surgindo lá no trabalho e outras histórias de imigrantes apareceram.

Uma das technical writers que trabalha comigo nasceu no Irã e veio para o Canadá com 18 anos. Hoje, aos 35 (quase 20 anos depois) ela enfrenta alguns probleminhas por conta do sobrenome persa, mesmo pronunciando Inglês como um nativo.

Segundo ela, se você tem um sobrenome que remete à sua etnia (Souza, por exemplo) as coisas sempre serão um pouquinho mais difíceis do que para um "Smith".

Ela trabalhou por 1 ano nos EUA no ano passado e nada mais natural do que parcelar mercadorias de um valor considerável, então lá foi ela na Best Buy americana tentar financiar uma TV de plasma no cartão de crédito. Negado! Apesar de EUA e Canadá partilharem muitas coisas, o histórico de crédito é com certeza algo que não faz parte da lista.

Por causa do sobrenome ela teve problema no Banco. Quando retornou a Toronto quis encerrar a conta americana e transferir o dinheiro para um banco canadense, algo em torno de $26 mil.
A primeira gerente com quem ela falou disse que não faria a operação porque ninguém poderia garantir que ela não estava fazendo lavagem de dinheiro para levar para o Irã.
Baiana rodada, lá vai ela falar com a segunda gerente, mas desta vez ela queria transferir também o dinheiro da conta da irmã, o que dobraria o valor em questão.

Ao ver o novo valor a nova gerente foi toda sorrisos, desculpou-se pela atitude da gerente anterior e explicou que ela estava apenas seguindo o procedimento padrão de segurança anti-terrorista porque depois do atentado de 11 de setembro de 2001 houve uma grande remessa de dinheiro lavado para o Irã. Não me perguntem por quê!

Se ela não fosse persa bastaria apresentar a Driver's Licence para realizar a operação, mas ainda pediram o passaporte e o cartão de cidadania canadense dela. Essa foi só uma das várias situações pelas quais ela passou por conta do sobrenome.

Nos cursos que fizemos (tipo NOW, Job Start, Skills for Change) conhecemos pessoas do Irã e do Afeganistão que estavam no país há mais de 1 ano sem trabalhar. Dois iranianos se recusavam a colocar a localidade das empresas em que trabalharam em seu país de origem porque quando o empregador via que elas estavam localizadas no Irã a oportunidade de emprego simplesmente ia por água abaixo. Eles inclusive fizeram um teste ocultando informações para serem chamados para entrevistas mas percebiam que o fato de serem persas impossibilitava as coisas.

A outra pessoa que trabalha comigo já passou dos 40, é filha de mãe canadense e pai americano. Nasceu no Canadá mas passou a maior parte da vida nos EUA. Quando retonou a Toronto também teve que construir um histórico de crédito porque o fato de ter nascido aqui não garantia nada.

Este é um país muito bom e teoricamente de oportunidades iguais para todos mas, como tudo na vida, é preciso seguir algumas regras básicas. Portanto, cuide bem do seu histórico de crédito pagando as contas em dia, não gaste muito no cartão de crédito e nem tenha vários cartões e não esqueça de acertar as contas com o Leão.
(Ah, e procure uma vizinhança menos caloteira! rsrsrs)

Quer saber mais sobre como garantir um bom Credit Report/Score? Então visite este site.

10 fevereiro 2008

Congelei!


A rua estava parecendo um congelador hoje, mas o pior não é o frio, é o vento que dói até na alma!
Os cachorros não quiseram nem saber de passear, quando sentiram o ventão gelado no focinho quiseram voltar correndo pra casa.

08 fevereiro 2008

Você tem Crédito?

Semana passada meu celular parou de funcionar de vez e decidimos aproveitar a oportunidade para comparar novamente as diversas operadoras. Tivemos que escolher uma logo nos primeiros dias, quando abrimos a conta no banco e algumas vezes eu ficava receoso de que a minha escolha precipitada talvez não fosse a melhor. Aliás, foi por isso mesmo que escolhemos uma que não nos amarrou a um contrato de três anos.
No entanto, depois de seis meses vivendo aqui, tive a mesma impressão quando fiz as comparações: todos os planos são muito parecidos. As diferenças são muito pequenas, mas agora que sabemos o quanto usamos o telefone na nossa nova rotina, pudemos escolher melhor os detalhes que poderiam fazer alguma diferença para nós. Ainda por cima, depois de seis meses exposta aos cachorrinhos das propagandas da Fido, a Jeanne não tinha mesmo muitas dúvidas sobre a mudança.
Só que, para mudar de operadora, precisaríamos de um plano de três anos, o que não seria tão ruim, agora que o medo de ter que voltar correndo para o Brasil já passou. Além disso, na nossa primeira operadora, como havíamos acabado de chegar em Toronto, tivemos que deixar um depósito de $400.00 para compensar a nossa falta de um histórico de crédito canadense. Dessa vez, depois de seis meses pagando direitinho todas as contas, esperávamos não precisar disso.
Assim, depois de uma comparação prévia pela Internet, fomos novamente ao Eaton Centre, onde todas as operadoras têm várias lojas, mas acabamos fisgados por um excelente vendedor, Sam, em um quiosque da Fido. Depois de esclarecer (com muita paciência) todas as nossas dúvidas, chegou a hora de fazer os contratos. Nessa hora, a Jeanne já falou que, se tivesse depósito, ela não assinaria o contrato. O vendedor não deve ter entendido o que ela falou comigo em Português, mas sem dúvida ele conseguiu ler o desânimo no rosto dela quando veio o veredito: $100.00 de depósito (para cada um). Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ele já falou que ia tentar mais uma vez. Depois de algum tempo, ele anuncia satisfeito que nenhum depósito seria necessário. Como? Ele me mostrou.
Inserindo todos os meus dados no formulário, a informação era que meu crédito não era suficiente e o depósito era necessário. Então ele fez uma única alteração: trocou o meu endereço residencial pelo dele, e o crédito foi aprovado sem precisar de depósito! Segundo ele, o problema não é o meu nome estar "sujo", mas alguém no meu prédio que não pagou alguma dívida, e isso coloca todo o meu prédio como uma região "duvidosa". Dá para acreditar?
Final feliz, conseguimos nossos novos telefones, nas embalagens com fotos de cachorrinhos que a Jeanne tanto queria, mas ela ficou indignada com a história do nosso crédito não depender apenas das nossas próprias atitudes, mas também das dos nossos vizinhos, ou mesmo do antigo morador do nosso apartamento.