Uma das coisas engraçadas de se morar aqui em Toronto é em relação à diversidade cultural. Muitas vezes ficamos admirados e até confusos com certos hábitos e tendemos a achar que nossa comida é a melhor que há e que nosso café é imbatível, por exemplo.
Sobre o café brasileiro a Alexandra fez um ótimo post derrubando o mito.
Mas vocês já pararam pra pensar no outro lado da moeda? Como os estrangeiros vêem nosso país e nosso povo?
Você já imaginou que é possível não gostar de picanha, pastel de feira, coxinha, brigadeiro e feijão com arroz? Difícil, né?
Neste fim de semana eu descobri por acaso o blog de uma americana que vive no Rio de Janeiro e conta suas impressões sobre a cidade e o país. Um do posts mais engraçados é sobre aquele hot dog que vendem de uns anos para cá com purê e todo tipo de coisa que você possa imaginar dentro, até ovo frito! Segundo ela, nós brasileiros, comemos o hot dog mais disguting que ela já viu.
Eu não tiro a razão dela porque hot dog pra mim tem que ser pão, molho e salsicha!
A Thelma também descobriu o blog e está se divetindo com isso.
Minha intenção é colocar aqui o outro lado da moeda de acordo com conversas que tenho tido, desde que cheguei, com canadenses ou outros imigrantes não brasileiros que vivem aqui há muito tempo.
No posto de gasolina:
Eu: a primeira vez que fomos abastecer o tanque do carro aqui levamos uns 10 minutos pra descobrir como essa máquina funciona porque lá no Brasil tem uma pessoa que enche o tanque pra você.
A pessoa: Como assim? Você chega no posto e pede pra pessoa te ajudar?
Eu: Não, a pessoa é contratada exclusivamente pra fazer esse serviço.
A pessoa: Nossa, que coisa esquisita, eu nunca vi isso antes.
No almoço:
Eu: Não me acostumei ainda com esse negócio de ter que trazer marmita pro serviço porque no Brasil as pessoas sempre comem em restaurantes na hora do almoço.
A pessoa: Mas não fica muito caro?
Eu: Fica, mas geralmente a empresa custeia parte te dando um valor por mês para gastar com alimentação.
A pessoa: Que legal, poderiam fazer isso aqui também.
No dia seguinte:
A pessoa: Eu não entendo uma coisa: por que as pessoas no Brasil não fazem comida para levar para o trabalho? É porque elas são preguiçosas, não gostam de cozinhar?
Eu (depois de uma longa gargalhada): Não ( e não sabia mais o que responder). É que sempre foi assim, é o costume, ninguém leva almoço.
A pessoa: Mas vocês não têm tempo pra cozinhar?
Eu: Em parte sim, mas isso é mais uma questão cultural. As empresas dão vale refeição e a gente vai almoçar fora.
Depois comecei a explicar que muita gente paga faxineira pra limpar a casa 1 vez por semana, que quando compramos móveis tem alguém pra entregar na sua casa, entre outras coisas.
A cada "revelação" que eu fazia a pessoa arregalava cada vez mais os olhos e finalmente me perguntou: "Mas por que é assim?".
Aí foi duro ter que falar da nossa herança colonial, dos coronéis, dos escravos e por aí vai. Acabei dando uma aula de História explicando as diferenças entre a "Casa-Grande" e a "Senzala".
Sobre o café brasileiro a Alexandra fez um ótimo post derrubando o mito.
Mas vocês já pararam pra pensar no outro lado da moeda? Como os estrangeiros vêem nosso país e nosso povo?
Você já imaginou que é possível não gostar de picanha, pastel de feira, coxinha, brigadeiro e feijão com arroz? Difícil, né?
Neste fim de semana eu descobri por acaso o blog de uma americana que vive no Rio de Janeiro e conta suas impressões sobre a cidade e o país. Um do posts mais engraçados é sobre aquele hot dog que vendem de uns anos para cá com purê e todo tipo de coisa que você possa imaginar dentro, até ovo frito! Segundo ela, nós brasileiros, comemos o hot dog mais disguting que ela já viu.
Eu não tiro a razão dela porque hot dog pra mim tem que ser pão, molho e salsicha!
A Thelma também descobriu o blog e está se divetindo com isso.
Minha intenção é colocar aqui o outro lado da moeda de acordo com conversas que tenho tido, desde que cheguei, com canadenses ou outros imigrantes não brasileiros que vivem aqui há muito tempo.
No posto de gasolina:
Eu: a primeira vez que fomos abastecer o tanque do carro aqui levamos uns 10 minutos pra descobrir como essa máquina funciona porque lá no Brasil tem uma pessoa que enche o tanque pra você.
A pessoa: Como assim? Você chega no posto e pede pra pessoa te ajudar?
Eu: Não, a pessoa é contratada exclusivamente pra fazer esse serviço.
A pessoa: Nossa, que coisa esquisita, eu nunca vi isso antes.
No almoço:
Eu: Não me acostumei ainda com esse negócio de ter que trazer marmita pro serviço porque no Brasil as pessoas sempre comem em restaurantes na hora do almoço.
A pessoa: Mas não fica muito caro?
Eu: Fica, mas geralmente a empresa custeia parte te dando um valor por mês para gastar com alimentação.
A pessoa: Que legal, poderiam fazer isso aqui também.
No dia seguinte:
A pessoa: Eu não entendo uma coisa: por que as pessoas no Brasil não fazem comida para levar para o trabalho? É porque elas são preguiçosas, não gostam de cozinhar?
Eu (depois de uma longa gargalhada): Não ( e não sabia mais o que responder). É que sempre foi assim, é o costume, ninguém leva almoço.
A pessoa: Mas vocês não têm tempo pra cozinhar?
Eu: Em parte sim, mas isso é mais uma questão cultural. As empresas dão vale refeição e a gente vai almoçar fora.
Depois comecei a explicar que muita gente paga faxineira pra limpar a casa 1 vez por semana, que quando compramos móveis tem alguém pra entregar na sua casa, entre outras coisas.
A cada "revelação" que eu fazia a pessoa arregalava cada vez mais os olhos e finalmente me perguntou: "Mas por que é assim?".
Aí foi duro ter que falar da nossa herança colonial, dos coronéis, dos escravos e por aí vai. Acabei dando uma aula de História explicando as diferenças entre a "Casa-Grande" e a "Senzala".
7 comentários:
ola!
fiquei feliz que voce esta gostando do meu blog!! eu gostei muito do seu post tambem. Sempre acho engracado -- mas bonito -- quando as pessoas saem em grupos gigantes do mesmo escritorio para almocar. nos EUA, as pessoas comem muito rapido, uma salada ou sanduiche, para nao perder tempo. oh brazil.
abracos, rio gringa
Bom, tendo que explicar pro gringo aqui de casa nossos costumes e como as coisas funcionam no Brasil, eu percebi bem cedo que tem muita coisa no nosso país que não faz muito sentido ;) E algumas coisas são "acquired taste", como dizem por aqui.
Um exemplo - angu e farofa. O Alan adora comida brasileira e come até coraçãozinho de frango (o que muito gringo acha meio disgusting), mas ele acha angu extremamente sem graça - e é mesmo e é aí que está a graça, né? - e detesta farofa por achá-la muito seca...
Gostei do post e tenho me divertido muito lendo as aventuras da gringa no Brasil ;)
PS: No canadá também tem posto de gasolina onde enchem o tanque pra vc. Chama-se full service (ao invés de self-service) e é um pouco mais caro mas existe tambem...
oi.. não sei quem foi esta pessoa que vc conversou, mas aqui em Toronto e bem perto da nossa casa tem um posto de gasolina que tem frentista para abastecer... Tem tb os lava rápidos com pessoas que lavam dentro do carro igualzinho ao nosso.. Não vejo o pq o espanto se aqui tb tem e a um preço bem acessível! :)
Bjs
Acho que esse povo do teu trabalho é de outro planeta. Posto Full Service tem muito e alguns nem cobram mais por isso.
Quanto a entregar em casa, vai ver que eles só conhecem a Ikea. As lojas um pouco mais refinadas como The Brick, Sears e Leons entregam em casa. A Leons faz isso de graça. Quando comprei uma cama, eles entregaram e montaram sem nenhuma taxa extra.
Ahahaha, pois é, cada povo e cada cultura com suas particularidades, né?
Nenhuma é melhor que a outra, só diferente :)
e essa troca não tem preço!
abs
É, tudo é relativo, depende da posiçao em que se está.
abraços
Fernanda
www.maisdemim.wordpress.com
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