A idéia de se criar "Afrocentric schools" foi aprovada ontem no debate da TDSB com base na premissa de que a comunidade negra alega que suas crianças não estão ativamente engajadas na educação que lhes está sendo fornecida, não há encorajamento, incentivo.
Anthony Hutschinson, economista e professor engajado em causas sociais concorda com a afirmação mas diz que a coisa é um pouco mais complexa. Segundo ele, os estudantes se sentem "bored" e marginalizados nas escolas sim mas em um trabalho que ele desenvolveu com 100 famílias constatou que 80% não davam nenhum apoio ou incentivo à educação dos filhos e muitas vezes havia gritaria e discussões nas casas.
Hutchinson é veementemente contrário à decisão de se criar "Afro-centric schools" e culpa o próprio sistema de ensino pela marginalização dos estudantes. Ele ainda diz que a crença de que as crianças negras teriam um melhor desempenho se lhes fossem ensinadas suas identidades social e cultural na escola é estupidez.
O ponto alto do debate foi quando Loreen Mall, mãe de um jovem de 15 anos que foi morto em sua escola em maio de 2007, fez um apelo contrário à criação do novo esquema. Ela citou Martin Luther King, que assim como outros "pais", lutou para que brancos e negros pudessem ser iguais e andar juntos na frente do ônibus. Para ela, esse debate está levando à segregação de ambas as partes, quando na verdade elas deveriam ser uma só.
Apesar de várias opiniões contrárias a idéia foi aprovada mas ainda não se sabe onde será implementada, se nas escolas primárias ou secundárias ou qual será a cara do novo currículo escolar.
(Leia toda a reportagem aqui)
Confesso que esse debate me deixou bastante preocupada. Todos sabemos que Toronto é uma cidade multi-cultural com 49% de sua população nascida fora da América do Norte e isso deveria ser suficiente para que todo preconceito e segregação fossem coisas inimágináveis por aqui, mas essa discussão revelou exatamente o contrário.
Tenho visto algumas pessoas falando contra a imigração apesar de todo o esforço do Governo a favor dos imigrantes. O que me preocupa é o futuro, já que Toronto apresenta sinais de abundância de mão-de-obra para as vagas de trabalho existentes em alguns setores. Além disso, os salários são baixos se comparados ao alto custo de vida da cidade.
Será que daqui a uns 10 anos enfrentaremos problemas tão conhecidos por nós como pobreza, violência, desemprego e injustiça social? Não que isso não exista aqui, mas os números são bem menos assustadores do que aqueles com os quais estamos acostumados.
Uma propaganda na TV que diz que mais de 1 milhão de canadenses não conseguem pagar aluguel e alimentação ou aluguel e energia elétrica ao mesmo tempo. Os números são ínfimos perto do Brasil, mesmo porque nossa população é gigantesca, mas mesmo assim 1 milhão é muita gente.
Mais da metade dos imigrantes vêm para Ontário, mais especificamente Toronto. Não seria hora de mostrar ao mundo que o Canadá não é só Toronto, Montreal ou Quebec City?
Nós mesmos estamos pensando seriamente se ficaremos em Toronto ou não. Adoramos a cidade mas percebemos que ela está "inchando" a cada dia sem que tenha condições de melhorar sua infra-estrutura (alguém aí lembrou do TTC?).
Uma alternativa para contornar a falta de dinheiro é a criação de novas taxas e qual não é a minha surpresa quando vejo que a idéia de se criar uma "taxa do lixo" está cada vez mais forte. Eu já vi esse filme antes e não gostei!
Anthony Hutschinson, economista e professor engajado em causas sociais concorda com a afirmação mas diz que a coisa é um pouco mais complexa. Segundo ele, os estudantes se sentem "bored" e marginalizados nas escolas sim mas em um trabalho que ele desenvolveu com 100 famílias constatou que 80% não davam nenhum apoio ou incentivo à educação dos filhos e muitas vezes havia gritaria e discussões nas casas.
Hutchinson é veementemente contrário à decisão de se criar "Afro-centric schools" e culpa o próprio sistema de ensino pela marginalização dos estudantes. Ele ainda diz que a crença de que as crianças negras teriam um melhor desempenho se lhes fossem ensinadas suas identidades social e cultural na escola é estupidez.
O ponto alto do debate foi quando Loreen Mall, mãe de um jovem de 15 anos que foi morto em sua escola em maio de 2007, fez um apelo contrário à criação do novo esquema. Ela citou Martin Luther King, que assim como outros "pais", lutou para que brancos e negros pudessem ser iguais e andar juntos na frente do ônibus. Para ela, esse debate está levando à segregação de ambas as partes, quando na verdade elas deveriam ser uma só.
Apesar de várias opiniões contrárias a idéia foi aprovada mas ainda não se sabe onde será implementada, se nas escolas primárias ou secundárias ou qual será a cara do novo currículo escolar.
(Leia toda a reportagem aqui)
Confesso que esse debate me deixou bastante preocupada. Todos sabemos que Toronto é uma cidade multi-cultural com 49% de sua população nascida fora da América do Norte e isso deveria ser suficiente para que todo preconceito e segregação fossem coisas inimágináveis por aqui, mas essa discussão revelou exatamente o contrário.
Tenho visto algumas pessoas falando contra a imigração apesar de todo o esforço do Governo a favor dos imigrantes. O que me preocupa é o futuro, já que Toronto apresenta sinais de abundância de mão-de-obra para as vagas de trabalho existentes em alguns setores. Além disso, os salários são baixos se comparados ao alto custo de vida da cidade.
Será que daqui a uns 10 anos enfrentaremos problemas tão conhecidos por nós como pobreza, violência, desemprego e injustiça social? Não que isso não exista aqui, mas os números são bem menos assustadores do que aqueles com os quais estamos acostumados.
Uma propaganda na TV que diz que mais de 1 milhão de canadenses não conseguem pagar aluguel e alimentação ou aluguel e energia elétrica ao mesmo tempo. Os números são ínfimos perto do Brasil, mesmo porque nossa população é gigantesca, mas mesmo assim 1 milhão é muita gente.
Mais da metade dos imigrantes vêm para Ontário, mais especificamente Toronto. Não seria hora de mostrar ao mundo que o Canadá não é só Toronto, Montreal ou Quebec City?
Nós mesmos estamos pensando seriamente se ficaremos em Toronto ou não. Adoramos a cidade mas percebemos que ela está "inchando" a cada dia sem que tenha condições de melhorar sua infra-estrutura (alguém aí lembrou do TTC?).
Uma alternativa para contornar a falta de dinheiro é a criação de novas taxas e qual não é a minha surpresa quando vejo que a idéia de se criar uma "taxa do lixo" está cada vez mais forte. Eu já vi esse filme antes e não gostei!
6 comentários:
Uma vez eu vi um artigo que dizia que quando se diz que devemos amar o próximo, é fácil amar a vítima de um desastre na Pólinésia, mas não me faça amar essa criança pedindo dinheiro no vidro do meu carro.
Amamos o próximo, desde que ele não esteja muito próximo!
Há um longo caminho até que possamos dizer que as pessoas são iguais e que são tratadas pelo que elas são, não pelo que ganham, onde moram, que cor têm, etc
Concordo com cada palavra... Toronto anda meio weird! Eu gosto de suburbio... se ficar aí, vou para Oakville... do contrário, Ottawa é perfeito!
[]s.
Escrevi sobre isso lá no blog também...
Eu também tive essa reação com a notícia, mas, depois que parei para pensar, percebi que criar um ambiente opcional que atenda com mais atenção as necessidades específicas de uma parcela da população é, na verdade, respeitar as diferenças.
Sei lá... dá pra discutir muito isso.
Beijos,
K.
Bem..n concordo que tenha que ser feita uma escola propria para isso. No entanto, n sei se é a melhor maneira de fzr..estar a separar...pod trazer mais rivalidades..e a igualdade só se conseguirá com o convívio..e a separação so trará mais preconceitos! Sim, poderiam criar um apoio assim, mas nas escolas e não criar uma escola propria. Axo k ir para frente com isso é so criar preconceitos e dizer que as pessoas sao diferentes! Claro que há diferenças..e devem ser respeitadas mas cehgar a esse ponto parece totalmente absurdo!!
Eu não achei nada interessente essa escola afro, concordo que vai totalmente contra ao "multiculturalismo" canadense. Não ei aonde esse país vai parar, mas com certeza daqui a uns 10 anos isso aqui terá sérios problemas sociais.
o seu blog morreu?
beijos
Postar um comentário