16 janeiro 2009

A tal da crise

Nos últimos dois meses o principal assunto nos meios de comunicação é a crise que estourou nos Estados Unidos e causou consequências pelo mundo afora.

Que a crise existe não há dúvida, mas acho que há uma grande parcela de especulação também que só torna a situação pior do que já está.

Não tenho acompanhado a situação no Brasil, mas soube através de amigos que algumas empresas demitiram em massa ou até fecharam algumas de suas plantas. Aqui no Canadá as coisas não estão fáceis mas também não estão tão feias quanto nos Estados Unidos. Aqui vão alguns fatos:
  • Alberta perdeu 16 mil postos de trabalho em dezembro, o que representou um aumento de 1% na taxa de desemprego, que subiu para 4,1%. Os principais setores afetados foram os de produção de energia e manufatura. No entanto, Alberta e Manitoba tiveram um aumento de 1,3% e 1,7% respectivamente, na taxa de emprego, ficando acima da média nacional que foi de 0,6%.
  • Em 2008, Saskatchewan registrou um aumento na taxa de emprego chegando a 3,1% (leia mais).
  • O Canadá perdeu em torno de 100 mil postos de trabalho entre novembro e dezembro, elevando a taxa de desemprego para 6%. A previsão é de que mais 251 mil pessoas percam seus emprego em 2009 (leia mais)
  • É pouco se comparado aos Estados Unidos que demitiram 524 mil trabalhadores só em dezembro, um número assustador para a economia canadense que exporta 75% de suas produção para os vizinhos do sul (leia mais).
  • Dale Orr, economista em Toronto, diz que se você sabe consertar uma ponte ou uma estrada não tem com o que se preocupar. Segundo ele, o governo canadense tem investido em infra-estrutura para alavancar novos empregos. Nos Estados Unidos, o novo presidente eleito Barak Obama, pretende investir 850 bilhões de dólares em infra-estrutura. Já a GTA, com um investimento de pelo menos 6 bilhões de dólares, vai criar 17 mil novos postos de trabalho nos próximos 2 anos (leia mais).
  • O "boom" na área de construção foi responsável por um aumento de 7,4% na taxa de emprego, a mais alta desde os ano 70. Em British Columbia esse número chegou a 10%. Na verdade, 87 mil dos postos de trabalhos criados de Janeiro a Outubro de 2008 foram em sua maioria preenchidos por carpenters, eletricistas e outros trabalhadores na área da construção. Segundo um especialista, Ontario teria experimentado o gosto amargo da crise muito mais cedo se não fosse pelo aumento de empregos na área da construção, que hoje emprega 3 vezes mais que a indústria automotiva. No entanto, a crise também atingiu o setor, que teve uma diminuição no número de casas sendo construídas, passando de 250 mil para 172 mil unidades (leia mais).
  • A verdade é que ninguém sabe qual o tamanho da crise e nem quanto ela vai durar. Segundo alguns economistas, a recessão será breve e o país retornará à prosperidade no final deste ano ou início de 2010. Até lá, quem é que vai pagar o mortgage da sua casa? (leia mais).
Update: um ótimo post que ilustra bem a especulação em torno dessa crise é A recessão e a pamonha. Vale a pena a leitura!

4 comentários:

Fabio, Valquiria e Letícia disse...

Jeanne,

Parabéns! Que trabalho fantástico, uma coletânea de reportagens dando uma clara imagem de como está a situação e suas conseguências.
Muito obrigado!
Abs.,
Fábio
www.daterradagaroaparaneve.blogspot.com

Unknown disse...

Olá, Jeanne.
Concordo totalmente com você sobre a questão da especulação sobre a tal "crise".
Meu marido escreveu um post hoje justamente falando de como a crise acaba afetando todo mundo - se quiser ler, está aqui: http://geek.linuxman.pro.br/uncategorized/a-recessao-e-a-pamonha

Ótimo post esse seu!

De disse...

Muito bom seu post.. Como sempre!!!

;)

Leticia W disse...

jeanne, as vezes esse negocio da crise não parece meio o bug do milenio?? tb acho que tem muito exagero nisso tudo, pelo menos é o que eu espero.