26 outubro 2006

As Invasões Bárbaras

Por volta do ano 372 da era cristã, os godos, pressionados pelo avanço do hunos vindos da Ásia, obtiveram de Valente, imperador de Roma do Oriente, permissão para atravessar a fronteira e se estabelecer ao longo do Danúbio, onde serviriam de "muralha de defesa" contra incursões militares de outras tribos. No entanto, seja por serem naturalmente indômitos, seja pela opressão dos romanos, em menos de uma década já se insurgiam contra os novos senhores a quem tinha jurado obediência.
A revolta culminou na batalha de Adrianópolis, com a aniquilação das forças romanas enviadas para contê-la. Valente foi queimado dentro de uma cabana onde se recolhera depois de ferido. A partir de então ficou provada a superioridade da cavalaria, o que levou o exército romano a abandonar suas legiões incorporar cada vez mais mercenários germânicos, levando à escalada da influência militar e política de generais bárbaros, como Estilicão, da tribo dos vândalos, que derrotou os visigodos nos primeiros anos do século V.

Em 408 o imperador Honório faz executar Estilicão, suspeitando de suas ambições. Em 410, outro general bárbaro, o visigodo Alarico, desentende-se com o império e invade Roma. Esse primeiro saque da capital imperial repercutiu da Grã-Bretanha até Jerusalém, evidenciando a ruína do antigo império.


Há 20 anos, em Quebec, Denys Arcand filmou O Declínio do Império Americano e, há 3 anos, sua continuação, As Invasões Bárbaras, títulos que sugerem um paralelo de acontecimentos contemporâneos com os eventos históricos que marcaram a passagem da Idade Antiga para a Idade Média (embora as histórias dos filmes estejam sejam centradas em costumes e conflitos de um grupo de intelectuais).
A ser procedente a comparação, nós que pretendemos cruzar as fronteiras do Norte, estaremos adicionando humildes traços à escrita da História?

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