No domingo resolvemos conhecer uma creperia autenticamente francesa:
Crêpes à Go-Go.
O local fica na neighborhood de
Yorkville, em downtown, um lugar refinado e muito bonito, com várias opções de restaurantes e cafés europeus, especialmente
franceses e italianos. By the way, tem um dos metros quadrados mais caros da América do Norte, ficando em terceiro lugar. Infelizmente estava sem minha câmera, então não pude registrar a beleza das ruas, mas consegui algumas fotos na internet dos locais por onde passamos.
Para vocês terem uma idéia de como as coisas são caras por lá, entrei em uma boutique para cães e deparei-me com uma botinha para cachorro por $125! E era praticamente igual à que meus cachorros têm e que não chegaram o custar $25. É, o bairro é para quem pode, não para quem quer.
Yorkville Park Já a creperia é um assunto à parte. Nossa experiência por lá foi, no mínimo, engraçada.
Para começar, a dona e as atendentes são francesas, então não se espante se elas começarem a te atender em Inglês e terminarem em Francês. Uma vez anotados os pedidos, eles são solicitados em Francês no balcão.
Ao receber seu crepe, a atendente gentilmente te ensina a segurá-lo sem queimar as mãos (quase impossível), já que eles não são servidos em pratos com garfo e faca, e aí é um tal de “Attention, c’est chaud!” prá lá e pra cá.
Bom, a parte da comida transcorreu deliciosamente bem, com direito a crepe salgado e finger crepe doce, mas na hora da bebida... Eu apelidei o caso de “o incidente do café”. Vamos a ele.
Pedi um
cappuccino, mas a máquina estava quebrada, então a atendente me sugeriu um
café au lait, que também era feito com café espresso. Poucos instantes depois recebo meu
café au lait um pouco amargo, principalmente porque eu havia provado da deliciosa e doce limonada com hortelã e cana-de-açúcar do Pedro.
Yorkville
Chamo a atentende e peço açúcar. Para minha surpresa, ela me pede para provar o café para me certificar de que realmente precisava de mais açúcar. Provo e digo que sim. Ela insiste mais duas vezes e quando eu falo pela terceira vez que eu gostaria de mais açúcar, ela some. Penso “foi finalmente buscar meu açúcar”.
Alguns segundos depois aparece sua mãe, dona do café (Madame Gogo), e a história do prova-o-café-de-novo se repete.
Indignada com minha insitência, ela me pergunta se eu havia bebido da limonada do Pedro (e diz que hortelã não "combina" com café), e me traz uma garrafa de água para limpar o paladar e provar novamente o café. Na verdade, até que ele não estava realmente amargo, mas para meu gosto eu preferia um pouquinho mais doce.
Depois de perder a conta de quantas vezes provara o café, desisti do açúcar e já me imaginei sendo escurraçada do local por pedir mais açúcar (eu não sabia se ria ou chorava da situação). Nisto, a Mde. Gogo diz que o café foi feito na medida certa para eu poder apreciar seu verdadeiro sabor, pois no Tim Hortons as pessoas pedem café e o entopem de açúcar, alterando assim seu sabor. OK, if you say so...
Fiquei um pouco assustada com a situação e me perguntando se os restaurantes na França também eram assim, mas ao mesmo tempo eu tinha vontade de rir da situação surreal que encarei com bom-humor.
Se vamos voltar lá? Mas é claro!!!! É o melhor crepe da cidade e fomos bem atendidos apesar do incidente do café, que serviu para tornar o local mais “original”.
Ah, as substituições de ingredientes dos pratos não é muito bem-vinda, mas não porque vai dar trabalho, e sim porque tudo foi criado com carinho e de forma balanceada para que você tenha uma boa experiência com os sabores. Caso ainda assim você insista, é cobrada uma taxa de $1.
Parece um local nada convidativo a uma visita, mas garanto que vale à pena e que todo mundo vai te tratar muito bem desde que você não peça mais açucar no seu café! rsrsrs
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