23 novembro 2009

Registered Retired Savings Plan - RRSP

Há meses estou para escrever este post sobre o RRSP, que é uma espécie de previdência privada canadense, mas encontrei gente com muito mais conhecimento no assunto que eu, então vou simplesmente colar aqui as informações (citando as devidas fontes, claro).

O que é RRSP? O Wagner explica direitinho no blog dele:

Existem dois tipos de poupança (savigns plan): “registered” e “non-regitered”.

Registered: são definidas pela CCRA (Canada Revenue Agency), uma espécie de Secretaria da Fazenda daqui, que permite que você economize em uma conta especial para a sua aposentadoria sem pagar taxas sobre o seu conteúdo até a data da retirada.

Non-Regitered: não tem restrições, ou seja, você pode economizar mas não recebe nenhum tipo de benefício por elas, além do mais, é necessário pagar imposto sobre os juros do investimento.

A grande vantagem da RRSP é exatamente o fato de ter suas taxas postergadas (tax deferral), isto é, você recebe uma dedução imediata sobre o valor contribuído ao fazer sua declaração de imposto de renda a cada ano, mas tem certos limites. Todos os rendimentos e ganhos de capital gerados neste tipo de poupança não pagam taxas, contrário dos demais.

Você pode depositar até 18% do seu salário bruto, ou um máximo estabelecido a cada ano pela CRA e este valor será deduzido da sua renda para fins de cálculo de imposto de renda.

Por exemplo: suponha que você ganhe $45,000. A CRA diz que você vai ter de pagar aproximadamente $11,400 de taxas, mas se você descidir colocar $10,000 em uma conta de RRSP, não será necessário pagar taxa sobre esta parte. Assim, deduzindo o valor pago agora, suas taxas seriam aproximadamente $7,800, ou seja, uma economia de $3,600 em impostos.

Existe ainda o efeito composto (compund effect): um investimento anual de $10,000 em 20 anos, com uma taxa de 10%a.a. teria um valor de $630,000. O mesmo valor aplicado em uma conta “non-regitered” teria seu rendimento reduzido a 5.14%, pois você tem que pagar imposto a cada ano, e o valor total seria de, aproximadamente, $181,000. Grande diferença a longo prazo não é?

O Gean fez um post com a gerente de um banco, e ela deu informações importantes sobre RRSP. Vale a pena visitar o blog do Gean e ler todas as outras perguntas que ele fez.

Se eu chego a um país sem trabalho, posso contribuir para o RRSP?

Não, pois o valor que você pode contribuir depende de quanto você ganha por ano.

Qual a documentação necessária para se abrir um RRSP?

Todo RRSP precisa de um SIN (Social Insurance Number), pois sem ele o Revenue Canadá não tem como saber que você tem o RRSP para poder adiar os impostos.

Onde posso abrir um RRSP? Existe uma data-limite?

Em um banco ou com um agente de investimento ou de fundo mútuo. Não há idade mínima para contribuir. Você pode contribuir ate 31 de dezembro do ano em que você fizer 69 anos.

Há outras vantagens em contribuir para um RRSP?

RRSPs existem para ajudar-lhe a longo prazo, mas em uma emergência o dinheiro está disponível. Você pode contribuir para um RRSP para seu esposo(a), permitindo a ele(a) também poupar para a aposentadoria enquanto você se beneficia dos impostos adiados. Você pode também usar até $20.000 de seu RRSP para a compra de um imóvel ou para financiar seus estudos. Seu RRSP pode também ser uma fonte de rendimento durante o desemprego provisório ou a licença de maternidade ou paternidade.

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18 novembro 2009

Walk-In Clinic

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Nesta terça-feira utilizei pela primeira vez o serviço de uma Walk-In Clinic.
Eu sabia que havia uma bem perto de casa, mas não sabia o horário de funcionamento. Desta forma, descobri que se você fizer uma busca por “walk in clinic toronto” no Google, vai encontrar vários sites com avaliação e endereços das clínicas em sua região.
Essa que fui fica na Yonge x Sheppard e funciona com hora marcada ou não, dependendo da agenda do dia.
Cheguei lá às 9h30 da manhã achando que encontraria uma fila gigantesca, mas não havia ninguém, mesmo porque a clínica é bem pequena. Infelizmente, o médico só chegaria mais tarde, então a recepcionista me pediu para voltar às 11 da manhã.
Cheguei uns 20 minutos mais cedo e havia uma pessoa na minha frente. O doutor me chamou logo, mediu minha febre, pressão, olhou a garganta e me receitou Tamiflu para minha gripe. Eu havia me queixado de uma forte e insitente dor de cabeça que já durava mais de dois dias (sinusite), e é claro que ele não poderia ter deixado de recomendar Tylenol.
Tylenol já virou até piada por aqui entre os brasileiros, pois onde quer que você vá, vão te prescrever Tylenol para tudo. E não é que funciona? O meu é Tylenol Sinus e tem ajudado bastante.

Ouvi falar de clínicas que cobram uma taxa para atendimento, mas nesta eu não paguei nada. Também não paguei nada pelo Tamiflu, que é coberto pelo OHIP.
Fora a demora em marcar consulta com minha family doctor, não tenho do que reclamar do sistema público de saúde. Para mim tem funcionado a contento.
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11 novembro 2009

Montréal & Ottawa

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Na semana passada estivemos em Montréal, a parte francesa do Canadá.
Ficamos na casa de amigos, que gentilmente se ofereceram para hospedar um casal de bárbaros e um cachorro macho, pero no mucho (obrigada à Lídia, Cláudia, Zé e Leopoldo).

Adoramos a cidade, que ao contrário de Toronto que é cheia de franquias, tem vários cafés e bistrôs pipocando por toda a cidade. Realmente a opção gastronômica lá é bem mais diversificada e saudável.

Apesar do Pedro falar Francês fluentemente (e eu só um básico BEM básico), não tivemos problema nenhum com o idioma. Ele usou o Francês na maioria das situações, mas as pessoas insistiam em falar Inglês comigo. Será que minha pronúncia é tão ruim assim? rsrsrs

Não tivemos tempo de ver muita coisa porque a viagem foi bem rápida, mas conseguimos conhecer Old Montréal, que é simplesmente linda. Infelizmente, as fotos não conseguem captar a beleza do lugar, então sugiro que você vá pessoalmente para admirar todo o charme.

Em Old Montréal visitamos um sítio arqueológico no subterrâneo da capela de Notre-Dame de Bon Secours, que também possui o Museu Marguerite Bourgeoys, nome da freira que fundou a igreja. Para mim foi uma experiência ímpar, já que entrei na faculdade de História pensando em ser arqueóloga, mas nem todos têm o privilégio de ser Indiana Jones.

De Old Montréal seguimos para Downtown, que tem muita coisa para ser vista, mas só conseguimos explorar um pouco da Rue Ste. Catherine e suas redondezas. Downtown nos lembrou um pouco São Paulo, com o contraste das novas construções e igrejas antiquíssimas no meio de todo o concreto.


Havíamos ouvido muitas críticas negativas sobre o sistema de metrô, mas nós adoramos e só comprovamos o contrário. Os trens têm uma velocidade muito superior aos trens de Toronto e, coincidência ou não, todas as vezes que chegamos nas estações esperamos quase nada pelo próximo trem.
O nível de lotação também é menor, mesmo na linha verde, que serve shopping e universidades. Tivemos a oportunidade de pegar essa linha no horário de pico, e apesar de cheia, ainda não chegou no nível de formigueiro da Bloor Station aqui em Toronto. Claro que essa é minha visão de turista; quem mora na cidade pode ter uma outra impressão.

Já quanto ao quesito sujeira, ambos empatam. Eu acho que deveriam proibir as pessoas de entrar com comida e bebida nos trens porque é incrível a quantidade de lixo que se deixa nos vagões.

Enfim, na volta passamos bem rapidinho por Ottawa, a capital do país, mas nem chegamos a descer do carro; apenas passamos em frente ao Parlamento e ao Rideau Canal.

Na ida para lá notamos que nevou de leve durante a noite, e ficamos com medo de pegar neve na estrada, mas confirme íamos nos afastando da província de Quebec a temperatura ia aumentando.

O pouco que vimos nos pareceu bem bonito, mas o trânsito estava absolutamente infernal. Era impossível ir de uma esquina a outra em menos de 5 minutos. Acredito que seja por causa das obras em Downtown.



Downtown Ottawa

Resultado do passeio: amamos Montréal, e nossa ida só fortaleceu ainda mais o plano original de imigração, que era ir para lá. Acho que a parte mais gostosa foi poder falar Francês na rua.
Pretendemos fazer uma viagem a Quebec Ville na primavera, e tenho a impressão de que será melhor que Montreal.
Apesar de estarmos flertando com a parte francesa, adoramos Toronto e continuaremos morando por aqui por um bom tempo, mas sabemos que não será para sempre.
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02 novembro 2009

Online ou Presencial - II?

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Como falei em um post anterior, estou fazendo um curso presencial de FrameMaker, então vou colocar aqui algumas impressões e algo mais.

Somos 4 alunos, todos canadenses (menos eu), inclusive o instrutor. Ele e um outro aluno são de origem francófona, mas essa história eu conto depois.

Ao contrário da aula online, a aula presencial é bem formal, sem muito espaço para piadinhas ou brincadeiras, mas acho que isso é por causa do tipo de pessoas que estão fazendo o curso. Todo mundo é meio tímido e fechado. Além do mais, o curso exige bastante de nós, então estamos sempre muito concentrados tentando absorver todo o conteúdo, que é complexo.

Na hora do almoço é cada um por si.

O francófono e outra aluna, que moram em Waterloo e vêm juntos de carona, também não almoçam juntos. Na primeira aula, ao descobrirem que moravam perto, combinaram de usar apenas um carro para economizar combustível e estacionamento, mas o “relacionamento” acaba aí, é puramente “comercial”.

Assim que retornamos do almoço, o instrutor sempre quer saber o que cada um comeu. Aliás, essa curiosidade sobre a alimentação alheia é algo comum aqui em Toronto. Toda vez que levo comida para o trabalho, quem está comigo na cozinha quer saber o que eu trouxe, como preparei e se está gostoso.

No começo eu me sentia meio invadida, mas depois vi que é cultural e que todo mundo faz isso. Acabei me acostumando, mas ainda não consigo ser cara de pau e pedir para um colega abrir a marmita e me mostrar o que ele vai almoçar.

Online ou presencial? Eu prefiro online por diversas razões, e a principal é que posso ficar no conforto da minha casa assistindo aula de pijama.

No meu caso, ambas as modalidades funcionaram bem, pois aprendi bastante, mas acho que o online é mais puxado, pois tem assignments complicados toda semana.

O melhor de tudo é que quando você colocar esses cursos no seu currículo, ninguém vai saber se você cursou online ou presencial, pois o que importa é o resultado final.
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